Teve periferia nos jogos olímpicos do Japão

Wanderson Oliveira, do Complexo da Maré, é um dos representantes brasileiros da seleção olímpica de boxe masculino.

Wanderson "Sugar" de Oliveira _ foto: Agência Brasil

Com a maior delegação já enviada para Olimpíadas, mesmo em uma pandemia, os atletas brasileiros se prepararam para disputar os Jogos Olímpicos do Japão. Iniciada em 23 de julho e com término em 08 de agosto, com competições individuais e coletivas, devido ao caos provocado pela Covid-19, essa Olimpíada já se tornou conhecida como o espetáculo esportivo da superação.  

A equipe brasileira, com 301 atletas de 35 modalidades, move-se no espírito olímpico de competir e mostrar suas qualidades esportivas em busca do melhor e de estar no pódio. Não é fácil: a olimpíada é considerada um momento mágico para o atleta e talvez, por isso, mesmo diante de um cenário tão complicado como esse, não exista espaço para desistência. 

Um exemplo da força esportiva que marca a delegação olímpica brasileira está em Wanderson Oliveira (63kg), cria da Nova Holanda, no Complexo da Maré, na cidade do Rio de Janeiro, que é um dos representantes da Seleção Olímpica de Boxe masculino, em Tóquio.

Wanderson conta que conheceu o boxe quando tinha 12 anos de idade, no projeto Luta pela Paz, que acontece na Maré, e lembra que é preciso querer muito para seguir em frente. “Com o tempo, muitos dos que entraram comigo foram saindo do esporte, mas eu não. Realmente tinha encontrado algo que gostava. O boxe faz parte da minha vida e me apresentou ao mundo. Eu sou um garoto de comunidade, e com o boxe só coleciono histórias boas para mim e minha família”, relatou o atleta. 

Mais do que defender o Brasil e o cinturão olímpico, esses jovens defendem a história de luta, garra e superação que os fizeram chegar ao Japão, fazendo do esporte uma possibilidade de emancipação e cidadania. Os bairros, estados, os clubes, instituições e patrocinadores torcerão com ainda mais intensidade, porque ali enxergam a vitória da coletividade e nela a possibilidade de novas narrativas sobre o lugar onde vivem, novos ídolos para admirarem e seguirem.

Nessa perspectiva, afirma Gabriel Almeida, assessor de imprensa da Confederação Brasileira de Boxe: “Olha, o nosso boxe, que traz muitos atletas periféricos, está no nível da elite internacional”.  

E assim, os jogos olímpicos seguem como o lugar da coroação da história de luta e preparação da conquista da medalha, mas de reconhecimento da importância social e política da prática esportiva para a vida social. É, de fato, a oportunidade para que muitas comunidades possam ganhar outro tipo visibilidade na esfera pública, uma visibilidade positiva, inclusiva e afirmativa. 

matéria publicada originalmente no jornal A Voz da Favela edição de Agosto

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