Suzano, uma tragédia difícil de acreditar

Entre as vítimas, estão alunos do ensino médio e funcionários, além do proprietário de uma loja próximo ao local. Ao menos 23 pessoas foram levadas a hospitais.

Um adolescente e um homem encapuzados mataram sete pessoas na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano (SP), por volta das 9h30 desta quarta-feira (13), e cometeram suicídio em seguida. Eles eram ex-alunos do colégio. Também há nove feridos – o estado de saúde não foi divulgado.

Cinco dos mortos são alunos do ensino médio. Entre as vítimas, há ainda duas funcionárias do colégio, uma deles a coordenadora. O proprietário de uma loja de veículos próximo ao local, que era tio de um dos assassinos, também foi morto.

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Segundo o Censo Escolar de 2017, a instituição possui 358 alunos da segunda etapa do fundamental (6º ao 9º ano) e 693 estudantes do ensino médio. Ela ocupa um quarteirão inteiro na região central da cidade. No local também funciona um centro de línguas estrangeiras.

Testemunhas relatam que, os assassinos agiram durante a hora do intervalo na escola, quando os alunos se alimentavam, por volta das 9h30 desta quarta. Depois que os tiros começaram, os alunos tentaram pular o muro da escola para fugir.

Os assassinos eram Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, de 25 anos. Eles eram antigos alunos da escola. Ainda não há informações sobre qual seria a motivação dos ataques.

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Segundo o coronel Marcello Salles, comandante da Polícia Militar de São Paulo, antes de entrar na escola, os assassinos atiraram contra o proprietário de um lava-jato na frente da instituição de ensino. O homem era tio de Guilherme Taucci. Depois, os autores do crime chegaram à escola em um carro branco, que foi alugado por um dos dois. Eles entraram pela porta da escola, que estava aberta, atiraram na coordenadora pedagógica e em outra funcionária e foram para o pátio, onde os alunos estavam se alimentando. “Atiraram em mais quatro alunos do ensino médio (…) e dirigiram-se ao Centro de Línguas. Os alunos do Centro de Línguas se fecharam na sala com a professora, e eles se suicidaram no corredor, os dois homicidas”, afirmou o coronel.

Dentro da escola, a polícia encontrou um revólver 38, quatro jet luders, que são plástico para recarregamento de arma, uma besta (um tipo de arco e flecha que dispara na horizontal), um arco e flecha tradicional e garrafas que aparentam ser coquetéis molotov. Além disso, um dos autores do ataque tinha uma espécie de machado na cintura.

“Fechamos tudo e pedimos para eles deitarem no chão”, disse a merendeira Silmara Cristina Silva de Moraes.

Silmara Cristina tentou colocar o máximo de alunos trancados dentro da cozinha, jogados no chão e o medo de morrer era grande pois segundo a merendeira os assassinos atiravam para todos os lados.

A merendeira Silmara Cristina Silva de Moraes de 54 anos contou que ajudou a esconder 50 estudantes na cozinha durante ataque e que os funcionários fizeram barricada com geladeira e freezer. Mesa foi usada como escudo.

“Nós estávamos servindo merenda e aí começou os ‘pipoco’ e as crianças entraram em pânico. Abrimos a cozinha em começamos a colocar o maior número de crianças dentro e fechamos tudo e pedimos para eles deitarem no chão”, conta chorando. “Foi muito desesperador, porque foi muito tiro, muito tiro mesmo e era muito pânico”.

Silmara ainda diz que os assassinos pareciam andar por todo lado. “Parecia que procuravam alguém. Iam para lá e para cá atirando muito. Nós não vimos nada. A gente abaixou e ficou escutando o movimento. Isso durou te 10 a 15 minutos mais ou menos”, diz.