Soltura de Wilton, morador do Lins, é negada e defesa entra com novo pedido

Wilton, de blusa azul, no projeto em que dá aula de futebol para crianças do Lins. - Foto Arquivo Pessoal

Publicada na noite de ontem 24, a decisão do julgamento de habeas corpus em favor de Wilton Oliveira da Costa, não foi o que amigos e familiares esperavam, e a defesa recorre da decisão ainda hoje ao Superior Tribunal de Justiça. A soltura foi negada pelos desembargadores da 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.

Segundo a defesa, não há motivo para a prisão dele, além de ser uma afronta aos princípios constitucionais, pois o réu é primário, possui residência fixa, ocupação lícita e família constituída. A nota termina com um pedido que a justiça seja feita e que todos esses erros sejam desfeitos.

“Precisamos e vamos sanar todo esse imbróglio, esse absurdo e essa injustiça, com um jovem negro, morador da comunidade do Lins, pai de família, trabalhador e estudante, tendo em vista que nosso judiciário do TJRJ com fundamentação inidônea manteve a prisão de Wilton denegando a ordem na data de 23/06/2020”, afirma o texto. O juiz considerou que não há condições de apreciar o HC com o fórum fechado por causa da pandemia.

Como publicado aqui no portal, tanto a família de Wilton, quanto os amigos afirmam que “Sinha” foi confundido pelo seu irmão, que costumava praticar crimes na região. Em  nota, a defesa afirma que, além do novo pedido de soltura, acionará a Corregedoria do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro e solicitará ajuda ao Conselho Nacional de Justiça. A nota continua: “Com essa ajuda, mesmo no período da pandemia, o magistrado de primeiro grau poderá receber e analisar o pedido de soltura de Wilton, uma vez que anterior ao Habeas Corpus negado, a resposta do Juízo foi que deveria essa defesa técnica aguardar o fórum abrir porque o processo é físico e não teria como analisar e manusear o mesmo de uma forma remota, deixando as claras mais uma arbitrariedade, ou seja, cerceamento de defesa”.

Marcele, esposa de Wilton, diz estar de coração partido com a decisão, mas que ao mesmo tempo não irá deixar de procurar justiça pelo marido. Como maneira de ajudar na pressão popular, ela criou uma petição online pela soltura de Wilton.