Sofrimentos silenciados: A banalização da dor

foto: banco de imagens Pixabay

Acordar cedo, encarar transportes lotados e ainda com uma exposição muito grande às violências da cidade. Logo nas primeiras horas do dia, o cidadão brasileiro é exposto a inúmeros acontecimentos que geram sofrimentos, e que merecem atenção.

Porém, o que é ensinado desde sempre, é que essas são situações normais, que devem ser silenciadas em prol da sobrevivência.

Será que tanto sofrimento deve ser somente silenciado e deixado para lá? O que acontece com as pessoas que passam por essas situações?

Quando a banalização da dor já não é suficiente

Em meio a tantas justificativas e silenciamentos do que causa o sofrimento, algumas reações internas passam a sobressair.

As doenças, o medo, o pânico e outras manifestações passam a ser recorrentes, mas ainda assim é difícil de dar nome.

O discurso sempre é voltado para o apagamento dessa dor, dessa situação de extrema exposição.

Por isso, é tão comum encontrar os crescentes números de ansiedade, depressão, transtorno do pânico, além dos abusos de álcool ou outras drogas.

Não a toa, é incomum falar sobre essas doenças em favelas e comunidades. O sofrimento deve continuar silenciado, tudo deve continuar exatamente como está.

Nesse sentido o sofrimento vai sendo banalizado, e as pessoas passam recorrentemente por situações injustas, que deveriam ser denunciadas e questionadas

Não é possível reconhecer que a realidade em que vivemos, frente às suas exigências e velocidade, é o motivo de sofrimento? afinal, se não trabalhar, de onde virá o sustento?

Porém, é importante ressaltar que o reconhecimento do sofrimento não se trata do abandono do que lhe faz mal, mas encarar a situação e trabalhar estratégias para o tratamento devido.

Ter um espaço para lidar com tais questões é um grande diferencial, o que pode ajudar a afastar pessoas do vício em álcool e outras drogas, que são utilizados como fuga dessa realidade tão sofrida.

Promoção de saúde

Proporcionar espaços de acolhimento e escuta nas comunidades é muito importante, de modo a oferecer o suporte para esse público.

Infelizmente a saúde mental ainda é algo distante desse tipo de diálogo, e poucos são os serviços voltados para a escuta do sofrimento social.

Por outro lado, lidar com o sofrimento é preciso. Reconhecer que não é normal ter que passar por tanta coisa, por tanta dor.

Pensar por essa via abre espaço não somente para o cuidado com a saúde, mas também para a luta pela melhoria das condições de sobrevivência de toda a comunidade, promovendo uma rotina menos sofrida e mais digna.

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