Setembro Amarelo: falar sobre suicídio para evitar mortes

Chega setembro e com ele a campanha de prevenção ao suicido “Setembro Amarelo” se espalha por todo país, destacando o dia 10 como dia mundial para prevenção. No Brasil, são registrados em média 12 mil suicídios todos os anos e mais de 1 milhão no mundo. Essa triste realidade, tem aumentado a cada ano, e em sua maioria as vítimas são jovens. Cerca de 96,8% dos casos de suicídio estão relacionados a transtornos mentais. Destaque para depressão, depois o transtorno bipolar e abuso de substâncias.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, uma pessoa se suicidou a cada 40 segundos em setembro de 2019. Mais de 800 mil pessoas acabam com a própria vida ao ano. No Brasil, foram registrados no ano passado 13.467 suicídios, dos quais 10.203 do sexo masculino.

Desde 2016, a campanha Setembro Amarelo passou a ter mais espaço na imprensa, na sociedade e essa visibilidade possibilitou parcerias com iniciativas privadas e públicas. Para ampliar o debate, todo ano o tema é motivo da iluminação de monumentos históricos e pontos turísticos em várias partes do Brasil, como o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro. Centenas de pessoas, entre artísticas e anônimos, participam de caminhadas e ações para a conscientização sobre este importante tema.

A Organização Mundial da Saúde aponta que as principais formas de suicídio são enforcamento e armas de fogo; e faz um alerta para se restringir o acesso destes meios a possíveis suicidas, sendo uma das possibilidades para reduzir o número de casos.

A Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP, e o Conselho Federal de Medicina – CFM, organizam desde 2014, a campanha nacionalmente reconhecida e de relevância social. Mesmo tendo um mês específico para abordar com mais ênfase o assunto, a campanha acontece durante todo o ano. Mas como prevenir algo de que não se fala?

Existe um tabu que ronda o assunto e um pensamento comum de que falar de suicídio aumenta o risco de acontecer. Essa afirmação é apontada como mito pelo Manual de Prevenção ao Suicídio do Conselho Federal de Medicina, que destaca a importância da informação para reduzir e prevenir os casos. O fato é que suicídio é uma questão de saúde pública.

Falar sobre suicídio é, antes de mais nada, falar do adoecimento, sobretudo do adoecimento psíquico, emocional e social do ser humano. É falar também dos fatores que contribuem para esse adoecimento. A depressão é apontada como uma das principais causas, seguida por transtorno bipolar e abuso de substâncias.

A associação de psiquiatria já aponta o cenário pandêmico e as crises que o envolvem como fatores que potencializam o aumento dos casos de depressão e suicídio. Sabendo de todas essas taxas alarmantes, como podemos encarar o fato desse tema não ser trazido para discussões?

É certo que suicídios acontecem e como se pode constatar acontecem o ano inteiro. É necessário trazer informações, buscando sempre conduzir o assunto da melhor maneira possível para que não haja glamurização ou romantização do tema. Falar para informar. Informar para prevenir.

O Centro de Valorização da Vida (CVV) dá apoio emocional e previne o suicídio. Neste período de pandemia os atendimentos acontecem apenas de maneira virtual, através do telefone, 188. O atendimento é gratuito, sob total sigilo. No site https://www.cvv.org.br/postos-de-atendimento/  é possível ter outras formas de atendimento, e locais onde o CVV atua.