Ser mãe em 2018

Mãe Gabriella. Créditos: Arquivo pessoal

Ser mãe em 2018. Você, mulher e brasileira que acabou de ler essa frase, o que passou em sua cabeça? Logo pensou na alegria de ser mãe, nas dificuldades de ser mãe nesse momento histórico do país ou nos dois? No mês das mães, essas questões ficam mais aparentes além, claro, da demonstração de amor e afeto de filhos por suas progenitoras. Mas e as mulheres que foram mães nesse ano? Como elas se sentem em relação a isso, às alegrias e às dificuldades, como será seu primeiro Dia das Mães? O jornal Voz da Favela entrevistou duas mães para responder a essas perguntas.

Gabriella Paiva é moradora da Praia de Mauá, em Magé, na Baixada Fluminense, e neste ano terá o primeiro Dia das Mães com sua filha Marcella, de 3 meses, em seus braços. Mãe de primeira viagem, ela diz que é difícil descrever a maternidade, relatando ser um misto de muitas emoções. “É maravilhoso, mas ao mesmo tempo pavoroso. Está me fazendo ser um ser humano melhor”, contou.

Thais da Silva, de Campos Elíseos, em Duque de Caxias, também na Baixada Fluminense, está grávida do seu segundo filho e diz que, além de estar nervosa, está também muito ansiosa, pois o Luis Carlos pode nascer no segundo domingo de maio, na data celebrativa. “Até o Dia das Mães eu estou com, praticamente, quarenta semanas; quero muito ver meu filho logo”, desejou.

Moradoras da Baixada, as duas mães enfrentam dificuldades quando o assunto é saúde, tanto delas quanto de seus filhos. “Eu fiz um exame de rotina, quando o certo é três ou quatro. Aqui não tem médico nem estrutura pra cuidar do paciente”, relata Thais, que disse, também, que muitas mães não estão conseguindo fazer o pré-natal no posto de Campos Elíseos.

Para Gabriella a preocupação não é diferente. Ela teme a falta de empenho pela saúde na primeira infância e, também, pelas outras mães, pois quase perdeu sua filha. “Eu sofri violência obstétrica na maternidade de Piabetá, por isso tive um pico de pressão, e tive que ir a uma maternidade mais longe da minha casa”, contou. “É como se fôssemos nada”, diz, desabafando a respeito da forma como o poder público as trata.

Mesmo com todos os problemas, as mães não deixam de estar felizes com seus filhos, seja nos braços ou ainda no ventre. As duas com emoções semelhantes e ao mesmo tempo diferentes no Dia das Mães de 2018. Para quem é de primeira viagem, o dia das mães é todo dia. “Ela me presenteia todos os dias com sorrisos e seu afeto e não há melhor presente que esse”, resumiu Gabriella.