São Paulo entra na penúltima fase de restrições por Covid-19 e parques na periferia seguem fechados

O prefeito Bruno Covas e o governador João Dória, na coletiva de imprensa do último dia 9 - Foto: Reprodução/Governo do Estado de São Paulo

Na última sexta-feira, 9, em coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes, o prefeito de São Paulo, Bruno Covas, informou que os parques municipais não devem ampliar o horário de funcionamento nos próximos dias. O avanço da cidade para a fase verde indicaria também a reabertura de vias como a Avenida Paulista para área de lazer aos domingos.

“Nós vamos aguardar mais 15 dias para avaliar como é que vai ser a evolução da pandemia. A Avenida Paulista, então, é ainda mais complicado porque é muito mais difícil você conter a quantidade de pessoas”, pontuou o prefeito deixando claro que aguardará outra etapa do estágio da pandemia para o retorno dessas áreas na cidade.

De acordo com a secretária de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo, Patrícia Ellen, os parques estaduais, assim como os municipais, ainda não têm previsão de reabertura. Segundo ela, o secretário de Infraestrutura e Meio Ambiente, Marcos Penido, tem liberado eventos e atividades culturais, sociais e de negócio nesses locais com restrições para evitar aglomerações. “No caso dos parques o maior desafio é garantir essa fiscalização em grande escala, com um maior fluxo de pessoas. O secretário Penido tem avaliado isso para esse novo momento da cidade na fase verde”.

Dessa forma, parques como o Santo Dias, no Capão Redondo, e Barragem, no Socorro, continuarão fechados para a comunidade. Nessas e em diversas outras localidades é possível ver a população ao redor do parque para manter a prática de exercícios. O frequentador Bruno Matheus, por exemplo, afirma que a pandemia afetou sua rotina de treino. “Geralmente costumo ir no parque do Ibirapuera para correr, caminhar e andar de bicicleta. Na pandemia eu não treinei em nenhum lugar, só corri na rua”.

O mesmo aconteceu com Mateus Oliveira, que treinava antes da pandemia nos parques Santo Dias e Ibirapuera, ambos na Zona Sul da capital. Com os parques fechados, ele passou a treinar em casa fazendo alguns exercícios. “Quando afrouxou o isolamento, comecei a treinar na rua pois os parques continuaram fechados. Nos últimos dois meses foi reaberto o Parque Ibirapuera, porém somente durante a semana. Final de semana e feriado o parque fica fechado”, explica.

Mateus Oliveira treinando no Parque Ibirapuera antes da pandemia – Foto: Arquivo Pessoal

Com a mudança para a fase verde, há expectativa da população em poder voltar a usar os parques públicos. “Os metrôs, shoppings e praças de alimentação estão lotados. Acho que o risco de contágio num parque comparado a esses lugares é bem menor. Mas caso voltem, é importante manter a rigidez da segurança”, conclui Mateus.

Bruno corrobora a opinião de Mateus e fala que entende o motivo dos parques estarem fechados, mas que atualmente não vê sentido na permanência desta decisão. Segundo ele, com a fase verde, cinema e shopping já passaram a ser liberados na capital, além das praias que estão tendo muita aglomeração. “Praticamente toda a população não teve férias decentes nesse ano. Então quando tem uma oportunidade de ir para o litoral, eles vão. Por isso acho que deveria abrir os parques no final de semana, principalmente os da periferia”.

Esta matéria foi produzida com apoio do Fundo de Auxílio Emergencial ao Jornalismo do Google News Initiative.

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