Samba: a arte marginalizada que ganhou o Brasil

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Considerado o mais original dos gêneros musicais brasileiros, o samba carrega na sua origem uma grande mistura de ritmos e tradições pertencentes à história do país. A palavra samba vem de “semba”, ritmo tocado nas senzalas. Sua origem se dá com a chegada dos africanos escravizados que já misturavam batuque a elementos religiosos e a dança, como por exemplo, o jongo, que é considerado o pai do samba.

Esses ritmos foram aos poucos incorporando elementos de outros tipos de música, sobretudo, no cenário do Rio de Janeiro, capital do império no século XIX. Os negros ex-escravos vindos de outras regiões do Brasil, principalmente da Bahia, instalaram-se nas precárias casas das ruas adjacentes à Praça Onze de Junho.

Nessa época, Tia Ciata tornou-se conhecida na região. Baiana e mãe de santo, ela teve grande importância na história do samba, pois em seu terreiro aconteceram as primeiras rodas de samba e de onde saíram sambas históricos e compositores de talento.

O primeiro samba gravado foi “Pelo Telefone” de Donga e Mauro de Almeida em 1916. Aos poucos foi se afirmando como gênero musical popular dominante nos subúrbios e depois nos morros cariocas no início do século XX.

Em 1926, por perseguição policial, alguns compositores locais fundaram uma “escola de samba” que funcionava como associação recreativa que, na verdade, não tinha fins educacionais. A primeira foi a “Deixa Falar” que deu origem a várias outras escolas, como a Estácio de Sá, Portela e Mangueira, essa última sendo campeã do primeiro desfile de Carnaval oficial em 1933. A ala das baianas, presente até hoje nas escolas de samba, é uma homenagem a Tia Ciata.

O samba é uma manifestação popular brasileira tão rica que possui ramificações:
bossa nova, pagode, samba de roda, choro, samba de terreiro, partido alto, gafieira e samba-enredo são algumas das categorias existentes no país. Por muito tempo, o samba foi marginalizado pela polícia, assim como os moradores de favela são até hoje. Por isso, o samba é uma ferramenta de resistência e de expressão que deu e até hoje dá voz aos que precisam ser ouvidos. A favela não deixará o samba morrer.