Salvador terá festival de pagode feminino

No próximo sábado, 06 de janeiro, vai acontecer o evento “Pagode Por Elas”, o primeiro festival de pagode exclusivamente feminino. A programação começa a partir das 16h, no Trapiche Barnabé, Comércio, em Salvador. O evento pioneiro, foi criado por Beatriz Almeida e Joyce Melo, oriundas da periferia da cidade e cofundadoras da plataforma Pagode por Elas.

O objetivo é celebrar o talento feminino no pagode baiano e buscar ampliar o reconhecimento e as oportunidades para as artistas em um campo musical tradicionalmente dominado por homens.

Entre as atrações confirmadas estão Aila Menezes, A Ninfeta, A Dama, A Travestis, Rai Ferreira, Dai, Nêssa e A Menina. Além disso, o festival contará com performances especiais de A Braba e A Poderosa, e a animação ficará por conta das DJs Tia Carol e Paulilo.

Beatriz Almeida, gerente de projetos da plataforma afirma: “A concretização de um sonho, mas também um primeiro passo para algo maior que a gente tem buscado construir, com mais eventos, mais lugares de protagonismo que fomentem a geração de renda, o trabalho realizado por mulheres dentro dessa cena musical e no mercado da música como um todo.

Ela completa: “É para virar essa chave, é para que os festivais de música contratem, chamem as mulheres também para fazer parte das lines, que o público conheça cada vez mais esses talentos”.

Para as cofundadoras a perspectiva é expandir a influência da plataforma para incluir todas as vertentes do pagode. Dessa forma, o “Pagode Por Elas” aspira a se estabelecer como uma força influente no cenário musical, transcendendo barreiras de gênero.

Joyce Melo, diretora executiva declara: “É a primeira vez que um espaço é dado para mulheres dentro desse gênero musical expressarem seu talento e sua arte, com protagonismo e visibilidade. Por isso, deixamos esse convite tão forte para que as pessoas fortaleçam e compareçam ao Festival Pagode por Elas, porque é o nosso pagodão, e dessa vez, a partir de uma nova lente de gênero, com essa narrativa feita e composta por mulheres.”

A cantora Aila Menezes, ressalta: “Tenho esse sonho desde 2007, então estou muito feliz de fazer parte. Vou apresentar um show que efetivamente vai trazer toda a raiz do pagode, as minhas referências, o que eu sempre escutei, mostrando a minha vontade de ser gigante dentro do pagodão junto com outras mulheres, a minha vontade de união, a minha vontade de que as mulheres alcancem novos caminhos e que sejam protagonistas.”

A Ninfeta, destaca o quão é revolucionário o festival, “O pagodão sempre foi um ritmo majoritariamente composto por homens cis e heterossexuais. Fazer parte dessa revolução e desse movimento que está acontecendo no pagodão sendo uma mulher e sendo uma mulher trans, é resistência, é gratificante, é incrível em todos os aspectos”

Sobre o Pagode Por Elas

O projeto Pagode Por Elas começou como um trabalho de conclusão de curso em jornalismo em 2019, desenvolvido por Beatriz Almeida e Joyce Melo. A pesquisa acadêmica identificou a falta de cantoras no cenário do pagode baiano, o que inspirou a transformação dessa ideia em um negócio com a missão de construir a nova década do pagodão, com mulheres protagonizando cenas.

Ao longo de quatro anos, a empresa conquistou importantes realizações: estabeleceu um selo musical, organizou formações, produziu shows artísticos, realizou registros em audiovisual, gravou EPs, foi indicada a prêmios e criou o festival de música.

As cofundadoras têm perfis e realizações distintas. Beatriz Almeida, 25 anos, moradora do bairro de Brotas em Salvador, é jornalista, cofundadora e Gerente de Projetos da plataforma. Ela também gerencia artistas, incluindo Amanda Rosa, é alumni dos programas Future Female e Música & Negócio da PUC-Rio e está cursando pós-graduação em Gestão de Projetos e Metodologias Ágeis.

Joyce Melo, 24 anos, residente no bairro de Sussuarana, também é jornalista e atua como cofundadora executiva da plataforma. Além disso, é Assessora de Imprensa e Conteúdo Digital, foi Prolíder em 2020, é Fellow da Comunidade Four, Embaixadora da Juventude da UNODC e está cursando pós-graduação em Gestão Financeira e Controladoria.

A plataforma atua em diversas frentes: conteúdo, com podcast, reportagens e influência nas redes sociais; eventos, como o Festival Pagode Por Elas e o Show Pagode Por Elas; e na frente de educação e no selo musical Som Por Elas.

O ‘Pagode Por Elas’ é o primeiro festival de pagode 100% feminino, evidenciando: ‘Vai ter mulher fazendo história na música sim!’ Os ingressos podem ser adquiridos através do link.