Sala de leitura inaugurada no Alemão homenageia escritor do Complexo

Escritor Otávio Junior durante inauguração da sala de leitura no Complexo do Alemão. FOTO: Divulgação

O Projeto Vidançar inaugurou a Sala de Leitura Otávio Junior, um espaço com cerca de 200 livros no acervo inicial, paredes com arte-grafite e muitas histórias para contar. O nome da sala de leitura homenageia Otávio Cesar Santiago de Souza Junior, mais conhecido como O Livreiro do Alemão.

Com sete livros publicados, três prêmios em reconhecimento a sua obra – entre os quais o Jabuti, o mais tradicional prêmio literário do Brasil -, Otávio Júnior não é só escritor. Ele é ator, produtor, contador de histórias e um otimista. “Meu sonho é ver uma biblioteca em cada esquina.”

Ele dá nome à sala de leitura por ser cria do Complexo do Alemão, ter inaugurado a primeira biblioteca daquela comunidade e, mais ainda, por ser negro, escritor, uma referência e inspiração para crianças e jovens do Complexo.

“Estas alegrias me estimulam a prosseguir com a luta de levar a literatura para nossas crianças de periferias e trazer representatividade aos nossos livros”, disse Otávio Junior. “É uma honra batizar a nossa sala de leitura com o nome dele e ver que nossos alunos não se cansam de ouvi-lo contar histórias, falar sobre sua vida, mostrar todos os seus livros publicados e compartilhar muitos sonhos, que nascem na favela e ganham o mundo”, diz Ellen Serra, CEO do Projeto Vidançar.

Após as contações de histórias com o autor Otávio Junior, e com a contadora do Projeto Vidançar, Maria Chocolate, foi servido um lanche, preparado especialmente pela chef Sandra Amaral, da Donna Biga, especializada em alimentação e confeitaria natural e vegana.

Quem é o escritor Otávio Junior?

Aos oito anos, sem poder jogar bola por imposição dos garotos mais velhos da favela, que dominavam o campinho de futebol, Otávio decidiu revirar um monte de lixo e achou um livro. Ficou encantado. E não parou mais de ler. Ainda adolescente, passou a frequentar bibliotecas, eventos literários e saraus.

Conseguiu bolsas de estudos e fez cursos e oficinas de teatro, cinema e literatura. Até que decidiu incentivar crianças e jovens de sua comunidade a ler mais. Foi então que nasceu o projeto Ler é 10: Leia Favela.

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