Roda de conversa da Casa da Favela adverte: capitalismo certamente atrasa o corre

Participantes da roda de conversa que discutiu a devastação psíquica do capitalismo. FOTO: Bianka Carrilho

“Queria que vocês se sentissem em uma mesa de bar, em uma sala”. Assim o mediador Túlio Custódia abriu mais uma mesa da Casa da Favela, no terceiro dia da Flip, em Paraty, com o tema O Impacto Psíquico do Capitalismo Neoliberal nas Periferias.

Joelson Ferreira abriu o segundo debate desta sexta-feira sendo muito aplaudido, acompanhado, em momentos estratégicos, do berimbau pontuando momentos da fala.

Com a sala lotada, pessoas acompanharam em pé do corredor. Umas 40 pessoas. A mesa começou com abertura da bandeira da Palestina, tema que vem sendo lembrado em diversas rodas durante o evento.

Joelson fala sobre as riquezas que o Brasil tem e como fomos, e ainda somos assaltados diariamente pelo capitalismo. “Isso vem da acomodação e do passamento de pano para toda essa desgraça.”

Sua fala é marcada pela espiritualidade. Reiterou que “a gente quer mais que entrar na universidade. E lá, devemos levar mais do que a identidade, mas e entidade”. Soou baixinho o berimbau, atento.

Duas mulheres fecham a mesa

Juliana Henrique, historiadora e psicanalista, se desculpou por não ter a desenvoltura oratória do convidado anterior e leu um texto, com sagazes comentários, sobre como o capitalismo neoliberal oprime diretamente mulheres da periferia.

A segunda mulher a falar e fechar o primeiro momento da mesa, da exposição dos convidados, é Tais Machado. Representante do ministério da Igualdade Racial, fala e lê pequenas e instigantes citações.

Poetisa e socióloga, conectou o capitalismo ao racismo e comentou sua pesquisa, publicada em livro, sobre as cozinheiras, “como essas maravilhosas que estão aqui na Casa da Favela nos alimentando”.

Ela retomou a fala que abriu a roda de conversa sobre universidade, identidade e entidade, definindo literatura como um “contrafeitiço”.

Ainda antes de terminar a conversa com a plateia – venham amanhã! – o preto Milton Santos é lembrado, além de Che Guevara, responsabilidade ecológica coletiva e individual.

Apesar da crítica contundente ao capitalismo, que literalmente mata, e mesa de debates não terminou sem esperança, quando Tais lembra que “nós continuamos construindo o futuro”.

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