Rock in Rio 2022: Espaço Favela, mais do que um palco, uma ideia

Créditos: Divulgação

Buchecha é uma das atrações principais no Espaço Favela

O Rock in Rio é um dos mega eventos mais esperados do calendário carioca, e ele acontece desde o ano de 1985, sendo idealizado pelo empresário Roberto Medina. Vários artistas nacionais e internacionais consagrados e iniciantes, já se apresentaram em seus palcos.

O evento é realizado durante 10 dias, com várias atrações em palcos diferentes, como os palcos Mundo e Sunset, e em 2019 foi criado o Espaço Favela, onde se apresentam artistas vindos da favela. Independente do gênero musical, esse espaço foi criado para os mesmos, que ainda não são conhecidos pela maioria do público, mostrem seus trabalhos. E esse de 2022, seguindo sempre a linha da inovação, os produtores do Rock in Rio decidiram mesclar artistas novos com os já consagrados, que vieram da favela. E uma destas atrações será o cantor de funk, Buchecha, que irá se apresentar no Espaço Favela.

Representatividade do Funk Carioca

O cantor de funk, que é cria do Salgueiro de São Gonçalo, estará se apresentando pela quarta vez no Rock in Rio, falou um pouquinho da sua emoção de apresentar pela primeira vez no Espaço Favela, e relembrou de quando começou na companhia de seu amigo de infância e parceiro, Claudinho, formando a dupla Claudinho e Buchecha.

Claudinho, faleceu em um acidente de automóvel, em 13 de julho de 2002, deixando amigos e fãs completamente tristes e arrasados, até os dias de hoje, é sempre lembrado por todos, mas, principalmente por seu amigo e parceiro, Buchecha, que seguiu em carreira solo. O cantor falou conosco, lembrando do início difícil que os dois tiveram, ainda muito jovens, se apresentando em palcos simples, nos shows que faziam nas favelas do Rio de Janeiro.

Na época, me vem a memória, quando a gente subia numa caixinha de cerveja, e microfone só, pra eu e Claudinho cantar, mas nunca imaginei que pudesse um dia pisar num palco do Rock in Rio, Sunset, agora no Espaço Favela. Mas, é uma vitória, né. Isso mostra que valeu apena a gente sonhar, acreditar e realizar. E é isso que eu quero falar para molecada; ‘todo favelado, todos meninos da comunidade, você pode sonhar, acreditar e realizar’. Às vezes, eles falam que é difícil, mas, nada que é bom é fácil” …

 Esbanjando simpatia e demonstrando muita alegria e emoção, o funkeiro fala que faria tudo novamente, do mesmo jeito, pois, segundo ele, seu início no mundo artístico, valeu apena. E voltaria sim ao passado, e faria até um pouco melhor.

“Voltaria sim ao passado, faria tudo de novo, talvez até um pouco melhor. A gente trás umas experiências, que quando é novo, não entende muito, não quer dar muito ouvido, mas, eu acho que chegaria em alguns lugares, diferentes por onde passei. Mas, valeu toda correria, só evitar algumas coisas. Mas, faria tudo de novo, com certeza”.

Incentivo aos novos artistas

Buchecha, que se apresentará no domingo, 4 de setembro, deixou também uma mensagem de incentivo para os novos artistas das favelas, que estão iniciando agora, fazendo suas apresentações em bailes funks realizados dentro das comunidades cariocas, assim como ele e seu amigo começaram.

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Carla Regina
Sou estudante do último período da faculdade de Jornalismo, gosto muito de ler e de escrever. Me acho simpática, pelo menos é o que me dizem as pessoas quando me conhecem, mas creio que eu seja sim, pois adoro fazer novas amizades e conservar as antigas. Comunicativa, dinâmica e muito observadora, um tanto polêmica. Gosto muito de trabalhar em equipe, mas, dependendo da situação, a minha companhia para trabalhar também é ótima. Pois, na minha opinião, a solidão aguça a criatividade, fazendo com que a mente e os pensamentos fluam um pouco melhor. Comecei a trabalhar muito nova, ainda quando criança e já fiz muita coisa na vida, mas meu sonho sempre foi ser Jornalista e Historiadora, cheguei a ter muitas dúvidas de qual faculdade cursar primeiro, já que para mim as duas carreiras são maravilhosas. Então, resolvi entrar primeiro para o Jornalismo e no decorrer do curso percebi que cursar a faculdade de História não era só uma paixão, mas também uma necessidade para linha de jornalismo que que pretendo seguir. Como sou muito observadora e curiosa, as duas profissões têm muito a ver com minha pessoa. Amo escrever e de saber como tudo no mundo começou, até porque. tudo e todos tem um passado, tem uma história para ser contada.