Protesto solitário pela juventude brasileira na calçada do palácio

Guilherme Cândido derramou tinta em protesto no Planalto - Foto da internet

Jovem viajou de Goiânia para Brasília, hospedou-se com a prima na cidade satélite de Taguatinga, comprou um galão de tinta vermelha por R$ 160 e derramou em frente ao Palácio do Planalto, na segunda-feira, 8. Deixou o local calmamente e foi ao Congresso, mas não conseguiu entrar porque estava sujo de tinta, então voltou ao local do crime e foi detido por policiais militares. Guilherme Cândido da Silva Neto tem 28 anos e disse em depoimento à Polícia Federal que a tinta derramada simbolizava “o sangue da juventude brasileira”.

Disse também que o ato em frente ao Planalto faz parte de sua luta por “direitos sociais” e “dignidade da pessoa humana” e negou filiação partidária e disse que jamais concorreu em uma eleição. Silva Neto responderá por infração ao artigo 165 do Código Penal (destruir, inutilizar ou deteriorar coisa tombada pela autoridade competente em virtude de valor artístico, arqueológico ou histórico), cuja pena pode chegar a dois anos de prisão, mais pagamento de multa. Depois de passar a noite numa cela da PF, ele foi solto na tarde desta terça-feira,9, por decisão da Justiça, atendendo a um pedido da Defensoria Pública da União.

Natural de Xinguará, no Pará, ele mora atualmente em Goiânia, onde trabalha como empilhador, mas está desempregado. Segundo ele, chegou a Brasília no sábado, 6; na manhã de segunda-feira pegou um carro de aplicativo até o Palácio do Planalto e candidamente perguntou na guarita da guarda presidencial onde poderia fazer um protesto. O soldado indicou o lado de fora do gradil.

O Gabinete de Segurança Institucional, responsável pela segurança do Palácio do Planalto, divulgou em nota que o Planalto foi “vítima de um ato de vandalismo”. “Após ser detido pela equipe de segurança do Planalto, o responsável pelo ato foi entregue às autoridades policiais, para adoção das medidas legais cabíveis”, concluiu a nota. No mesmo comunicado, o GSI afirma que o palácio é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

(Com informações da Folha de S. Paulo)