Historiador da periferia cria projeto de turismo social para moradores das favelas de Salvador

O Programa consiste na realização de um conjunto de Oficinas Paradidáticas- Crédito: Mem Costa

Projeto sobre História, Turismo e Inclusão Social visa levar moradores da periferia a locais históricos de Salvador.

O Projeto em questão foi batizado de OXÊ: História, Turismo e Inclusão Social, tendo a característica de um Startup, idealizado e desenvolvido pelo professor de História Mem Costa, 45, morador do Bairro da Paz, periferia de Salvador.

“A iniciativa surgiu após identificar que muitas pessoas que moram em Salvador não conhecem, não tem propriedade e/ou não vivem plenamente a riqueza da História, Memória, Geografia, Cultura e Economia da primeira capital do Brasil. Identificada inicialmente pelos portugueses como “Terra Além Mar”, depois “Terra da Baía de Todos os Santos” e atualmente Cidade do São Salvador”, comenta Mem Costa.

O Programa consiste na realização de um conjunto de Oficinas Paradidáticas sobre a História da cidade do São Salvador, da terra da Baía de Todos os Santos, utilizando uma metodologia de excursão/roteiro/aula, que inicia a partir de conhecer a história das suas comunidades, ampliando a iniciativa com abordagens e visitas a locais que enfatizam os aspectos Históricos, Geográficos, Culturais e Socioeconômico de Salvador.

Esta iniciativa se justifica pela constatação de que muitos que moram em grandes cidades são privados de vivê-las de modo pleno nelas, desconhecendo aspectos da sua história, geografia, cultura e economia. Quando é o caso de alguns conhecê-la apenas por imagens transmitidas em veículos de comunicação.

Integrantes do Grupo de Capoeira Anjos de Angola em frente a Casa de Jorge Amado- Crédito: Arquivo Oxê

Os responsáveis dos projetos e escolas fazem agendamento prévio, organizando a logística do transporte e lanche do seu público.

Nesta primeira fase do projeto, que tem uma programação até dezembro, estão participando das atividades, integrantes de programas sociais e estudantes de escolas públicas. Após essa etapa experimental serão convidados moradores, preferencialmente crianças, adolescentes e jovens.

“A ideia é estimular e proporcionar a integração e socialização de interessados com a História de Salvador para o benefício direto de estudantes da rede pública, com o conhecimento de aspectos dos processos de desenvolvimento e dos pontos históricos da primeira capital do Brasil e, assim, promover o bem-estar social, a qualidade de vida e a inclusão pelo reconhecimento sobre a cidade dos quais os fazem cidadãos e cidadãs”, afirma Mem Costa.

Integrantes do Clube Shihan de Karatê no Largo Terreiro de Jesus- Crédito: Arquivo Oxê

Roteiro

Segundo Mem Costa, para elaborar o roteiro da excursão, foi levado em consideração prioritariamente o nome do projeto “Salvador de Ponta a Ponta”, as abordagens dos aspectos Geográficos da capital baiana no qual tem a aparência de uma grande península, a mesma se caracteriza de forma triangular além de suas ilhas, suas extremidades são facilmente identificadas pelos seguintes atrativos.

Exemplo: Farol da Barra, Farol de Itapuã e na outra extremidade encontra-se a Praia de São Tomé de Paripe, dentro de cada um desses trajetos, no roteiro, são destacadas e valorizadas a leitura e analise dos aspectos Históricos, Geográficos, Culturais e Socioeconômico da capital baiana.

Os participantes visitam Igrejas históricas, Museus, Parques de proteção ambiental como: Abaeté, Pituaçú, São Bartolomeu e os Diques do Tororó e do Cabrito, bairros históricos, Praias, Ruas, Avenidas, Ladeiras tradicionais, Centros Culturais, Monumentos Artísticos e Históricos, dentre tantos outros aspectos que são analisados.

A partir da compreensão que todas as pessoas que moram em Salvador (ou qualquer outra cidade), de modo coletivo produzem esse lugar, entende-se também que sejam elas contempladas pelo direto de habitar, usar, ocupar, produzir, governar e desfrutar dela de forma igualitária.

Aplicando uma proposta diferenciada da lógica conteudista do ensino tradicional, as excursões/roteiros/aulas seguem os princípios da Educação Popular que, por meio da mediação, busca agregar conhecimentos sobre a História, Memória, Geografia e Economia da primeira capital do Brasil.

Assim, é possível estimular a compreensão do significado histórico, artístico, econômico e cultural da cidade e conectando esse reconhecimento com a vivência dos participantes do projeto.

Crédito: Arquivo Oxê

Parcerias

Atualmente o projeto conta com a parceria de Instituições sociais com a doação de lanches, a Fundação Pedro Calmon e da Secretaria de Cultura do Estado SECULT, que viabilizam o transporte para as atividades.

Para agendar uma excursão/aula ou apoiar essa iniciativa basta entrar em contato com o idealizador da proposta através do telefone/ WhasApp 71 99106-2609 ou pelo Instagram https://www.instagram.com/oxeturismosocial/

Conheça o roteiro acessando o aplicativo https://oxeturismosocial.glideapp.io/

O projeto esta em busca de outras parcerias para sua sustentabilidade.

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Paulo de Almeida Filho
Jornalista, Especialista em Comunicação Comunitária, Mestre em Gestão da Educação, Tecnologias e Redes Sociais - UNEB - Universidade do Estado da Bahia. Editor da Agência de Notícias das Favelas. Pesquisador do CRDH- Centro de Referência e Desenvolvimento em Humanidades - UNEB - Universidade do Estado da Bahia. Professor de Pós Graduação, em Comunicação e Diversidade, na Escola Baiana de Comunicação. Assessor da REDE MIDICOM- Rede das Mídias Comunitárias de Salvador. Membro do Grupo de Pesquisa TIPEMSE - Tecnologias, Inovação Pedagógicas e Mobilização Social pela Educação. Articulado Comunitário do Coletivo de Comunicação Bairro da Paz News. Membro da Frente Baiana pela Democratização da Comunicação. Integrante do Fórum de Saúde das Periferias da Bahia. Membro da Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito- Núcleo Bahia. Integrante da Rede de Proteção de Jornalistas e Comunicadores Coordenador Social do Conselho de Moradores do Bairro da Paz, EduComunicador e Consultor em Mídias Periféricas.