“Projeto Skate em Ação” promove inclusão social nas periferias da Bahia

Crédito: Skate em Ação

O Projeto “Skate em Ação”, foi criado em 10 de maio de 2014, em Itinga, Lauro de Freitas, região metropolitana de Salvador.

A inciativa tem como objetivo ser uma ferramenta de inclusão social, impactar vidas de forma positiva através do núcleo social, com aulas gratuitas para crianças e adolescentes, oferecendo todo o material (incluindo skate e capacete).

“O skate é uma atividade que pode ajudar os jovens a desenvolver habilidades importantes, como perseverança, trabalho em equipe e disciplina. Para muitos skatistas, a busca pela evolução é constante, e isso exige muita prática, paciência e esforço. Esses valores são transferíveis para outros aspectos da vida, como os estudos e o trabalho”, comenta Henderson Ayres, 39 anos e idealizador do projeto.

Crédito: Skate em Ação

Henderson, nasceu em Salvador e foi criado no bairro da Itinga, onde descobriu sua paixão pelo skate ainda adolescente e fez desta descoberta, o seu hobbie e também a sua profissão. Se tornando um atleta profissional da modalidade. No decorrer da sua trajetória profissional, surgiu no skatista uma instigação para trabalhar pela comunidade.

Atualmente o projeto funciona em Lauro de Freitas, na pista de skate da Itinga, onde atende aproximadamente 60 pessoas.

Skate nas Escolas

Em 2015, o projeto entrou nas unidades de ensino através do  “Skate nas Escolas”, como uma ampliação do projeto Skate em Ação, com o objetivo de levar a cultura de rua (dança, música, roupas, etc) para o ambiente escolar.

A primeira escola foi a Escola Amélio Gatto, localizada no bairro Santa Cruz, em Salvador. Cerca de 160 alunos participaram das aulas de skate, nos turnos matutino e vespertino, durante um ano. Nesse período, as atividades com o skate acontecia uma vez por semana, durante um dia inteiro, os estudantes aprendiam a respeito de todos os elementos que envolvem este esporte.

Foto: Skate em Ação

“O pouco que a gente faz, uma hora de aula de skate, mas com muita complexidade, a gente consegue desviar um pouco o foco das ruas, de forma negativa, e mostrar que na rua também tem coisa positiva, o skate que vem da rua, o grafite, a dança. Aquele street dance, e a cultura mesmo no esporte da rua está levando para isso como forma de inclusão social”, relata Henderson.

Essa ação nas escolas apresenta outra vantagem do skate, que é permitir que os jovens expressem sua individualidade e criatividade. Não há regras fixas ou padrões a seguir, o que significa que cada skatista pode desenvolver seu próprio estilo e se expressar de maneira única. Isso é particularmente importante para os jovens que muitas vezes se sentem marginalizados e sem voz na sociedade.

Skate no interior

Além da escola em Santa Cruz, em Salvador, o projeto migrou suas atividades para o interior do Estado, teve participação no Colégio Estadual Mimoso do Oeste (CEMO), no Núcleo Sol do Cerrado, Escola Municipal Marlei Terezinha Pretto e na Escola Municipal Cezer Pelissari, ambos espaços na cidade de Luís Eduardo Magalhães.

Através de uma parceria com a prefeitura, em Luís Eduardo Magalhães, o primeiro passo foi dado, junto as secretarias de Esporte e Lazer e de Trabalho e Assistência Social, Henderson colocou em prática o projeto para crianças e adolescentes. O projeto foi inaugurado no mesmo ano de fundação e dura até hoje, atendendo mais de 460 alunos de diferentes bairros da cidade.

O skate tem se tornado cada vez mais popular entre os jovens da periferia. Apesar de ser considerado um esporte radical e muitas vezes associado a um estilo de vida marginalizado, o skate oferece inúmeras possibilidades para esses jovens, tanto em termos de lazer quanto de oportunidades de desenvolvimento pessoal.

Em primeiro lugar, o skate oferece uma alternativa saudável. Em muitas dessas regiões violentas, a violência e as drogas são uma realidade constante, e muitos jovens se sentem desmotivados e sem perspectivas de futuro. O skate pode ser uma forma de escapar desse ambiente, proporcionando uma atividade física que é divertida, desafiadora e saudável.

The Best In Action

O evento mais recente realizado através do projeto “Skate em Ação” foi o The Best in Action, com caráter de Nível Profissional, para os atletas, o público e todas as marcas envolvidas no campeonato. Ocorreu na pista pública de Lauro de Freitas, nos dias 10, 11 e 12 de Março de 2023.

Apesar do projeto ser utilizado como instrumento para a inclusão social, este evento, segundo o profissional de skate, não foi voltado para a parte social, mas, para os atletas que já andam, competem e eram atletas do fora.

As inscrições foram limitadas e teve em torno de 70 participantes inscritos. “Na verdade eram 70 atletas. Nesses 70, a gente teve em torno de 45, digamos que pagantes e os outros foram disputando o best trick, que é a melhor manobra, que foram inscrições gratuitas, que não eram pagas”, destacou Henderson.

Foto: Divulgação

O skate pode oferecer oportunidades de inclusão social e até mesmo profissional. Muitos skatistas da periferia têm conseguido reconhecimento e sucesso em competições nacionais e internacionais, o que pode abrir portas para outras oportunidades, como patrocínios, viagens e até mesmo empregos na indústria do skate.

Sobre a próxima edição desse evento, o skatista explica que este ainda não acabou, pois falta resolver algumas questões administrativas: “[…] na verdade não finalizou ainda esse evento, porque ainda faltam algumas coisas, a parte administrativa, financeiro de pagamentos, que está ficando em liberação, parte burocrática da premiação dos atletas e outras coisas pequenas” explicou.

O atleta contou também que outro campeonato desse nível deve demorar para acontecer.

“A gente fez um evento como esse, que é um evento maior, que eu creio que deva demorar para acontecer outro desse formato, para se ajustar muita coisa, como eu falei, que algumas coisas podem melhorar […] Que ainda está se desenrolando. Mas a gente tem outros formatos, a gente trabalha com uma categoria de vale, com iniciantes, tem outros skate treinos, então são vários eventos diferenciados que a gente faz. Então tem próximos eventos previstos, mas primeiro finaliza o ciclo desse para iniciar o outro”, conta.

Por Lucas Lima @lucas.hslima

@projetoskateemacao @hendersonayres