Produtora periférica do Maranhão realiza documentário sobre tranças

Retratar o ato de trançar cabelos como herança de uma história de resistência, resiliência e ancestralidade para a população negra traduz o documentário “Trançatlânticas”, da produtora audiovisual e cultural maranhense Explana Mermã, que está disponível na plataforma Globoplay.

Geralmente transmitido por mulheres de geração para geração, o aprendizado da técnica de trançar é feito através da observação.

Dirigido por Isabela Leite, com produção executiva de Louyse Silva, Trançatlânticas é um documentário cheio de cores, sons e formas urbano-quilombo-quebrada.

Nele, cinco mulheres jovens e da periferia de São Luís, capital do Maranhão, dão o tom de uma conversa-caminho.

Produção periférica

“Somos uma produtora formada majoritariamente por pessoas pretas e mulheres. E o nosso foco está refletido muito fielmente no documentário, porque tem somente mulheres pretas como protagonistas”, analisa Isabela Leite.

Cenas do cotidiano se misturam a lapsos no espaço, invocando o encantamento dos sentidos. Entre as raízes ancestrais do trancismo, representação identitária, empoderamento econômico e manifestação artística, um universo potente se revela.

É um convite para pensar sobre autocuidado, realização pessoal, independência financeira, lugar no mundo e rotas que tornam tudo isso possível.

Trancistas periféricas

A obra audiovisual põe em tela trancistas que tra(n)çam caminhos coletivos e mostram a história de poder por trás da estética.

Espiral de falas, poesias recitadas, cabelos sendo trançados, cenas da correria do dia a dia e salões de beleza conquistados com muito esforço dão o tom.

As trancistas Eudi Melo, Bia Kellen e Mariama; a cantora dama do reggae Célia Sampaio; e a poeta Débora Melo estrelam no elenco do documentário, mostrando o paralelo entre cabelo, ancestralidade, vivências e afeto, direto da periferia de São Luís, Maranhão.

“O objetivo de Trançatlânticas era esse mesmo, colocar vozes em foco e ser uma ferramenta de empoderamento. E eu acredito que ele cumpriu muito essa função porque é lindo ver trancistas falando do próprio trabalho, falando de autoestima”, conclui Isabela.

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