Problemas oculares nas crianças

Crédito: Freepik

A sala de aula, é onde a maioria dos problemas oculares são percebidos.

O mau desempenho escolar pode ser um sintoma de problemas de visão. Se não consegue enxergar o quadro ou ler de perto, o aprendizado da criança será prejudicado.

Por isso, é essencial que os pais e professores fiquem atentos aos sinais e tomem as medidas cabíveis caso percebam alguma coisa fora do comum.

Algumas condições oftalmológicas são bastante comuns nas crianças.

Confira alguns problemas oculares.

Erros refrativos

Apesar do nome complicado, os erros refrativos são muito famosos: astigmatismo (visão distorcida de objetos próximos ou distantes), miopia (dificuldade para enxergar de longe) e hipermetropia (dificuldade para enxergar de perto).

De acordo com médicos especializados, é normal que as crianças tenham um grau pequeno de hipermetropia. A explicação é que os olhos ainda estão se desenvolvendo. Conforme o crescimento, a visão fica mais nítida.

Dependendo da gravidade desses quadros, é possível corrigir completamente o problema depois de um período de tratamento, como usar óculos por certo tempo. Isso funciona até os 8 ou 9 anos de idade.

Caso o diagnóstico não seja feito a tempo, a criança pode desenvolver a ambliopia, que acontece quando o próprio sistema nervoso não consegue entender o que é uma imagem nítida. Sem o tratamento adequado, isso gera uma dependência de óculos de grau pelo resto da vida.

Estrabismo

O estrabismo é definido como o desalinhamento intermitente ou constante de um olho, fazendo com que a linha de visão dos dois olhos não seja direcionada para o mesmo objeto.

É normal que isso seja percebido nos bebês, já que ainda estão em processo de desenvolvimento.

Uma criança estrábica que não passa por tratamento, ao longo do tempo, pode ter a visão reduzida ou completamente perdida.

Conjuntivite

A conjuntivite é uma inflamação da conjuntiva, uma membrana que envolve o interior das pálpebras. Pode ser provocada por vírus, bactérias ou alergias.

Os sintomas são muito fáceis de identificar, consistindo em olhos vermelhos e marejados, irritação, coceira, inchaço e a presença de secreções. 

A conjuntivite é comum nos adultos, mas pode acometer crianças e até mesmo bebês.

Alguns médicos suspeitam que a conjuntivite tem a capacidade de alterar as córneas e levar ao astigmatismo, mas ainda não existem evidências científicas que comprovem essa teoria.

Sinais que indicam problemas de visão

A família e a equipe escolar precisam ficar atentos aos seguintes sintomas:

  • Dor de cabeça e/ou nos olhos
  • Olhos cansados
  • Coceira nos olhos
  • Dificuldade de leitura e escrita
  • Lacrimejamento
  • Fotofobia (sensibilidade excessiva à luz)
  • Inclinação da cabeça e/ou fechar um dos olhos para ler ou ver TV, por exemplo
  • Descoloração das pupilas

Ao perceber a existência de um ou mais desses sinais, a criança deve ser levada ao oftalmologista o mais rápido possível.

Tratamentos e prevenção

Para evitar ou lidar com danos pré-existentes, os pais precisam se certificar de sempre garantir apoio médico à criança e tomar alguns cuidados no dia a dia.

O teste do reflexo vermelho, também conhecido como teste do olhinho, é feito assim que o bebê nasce. Serve para apontar se há a presença de uma série de doenças, como catarata e retinoblastoma, que é um tipo de câncer.

Se o médico detectar algum problema, rapidamente vai pedir exames e indicar os tratamentos cabíveis. Além disso, é necessário que um check-up completo seja feito novamente antes dos 3 anos, com testes de acuidade visual e de fundo do olho.

Mesmo se tudo estiver certo, a recomendação é que os pequenos voltem ao oftalmologista pelo menos uma vez ao ano para repetir o processo de avaliação. Também é interessante incluir a atuação do pediatra junto ao trabalho oftalmológico.

Antes do começo do ano letivo, especificamente, também vale marcar uma consulta preventiva. Exames simples de rotina identificam uma série de problemas que podem causar danos mais severos à saúde e à própria vivência da criança.

Problemas já diagnosticados devem ser tratados sob a orientação de um médico qualificado. Os procedimentos dependem do tipo de problema, sendo os mais comuns o uso de óculos, tampões, colírios e medicamentos orais. Os casos mais sérios, por sua vez, podem precisar de tratamentos intensivos ou cirurgia.

Atenção à higiene

As crianças devem ser ensinadas a sempre higienizar as mãos e evitar tocar os olhos muitas vezes.

Vírus e bactérias são transmitidos e propagados pelo toque, provocando diversas doenças infecciosas. No caso da saúde dos olhos, a conjuntivite é uma das principais.

Descanso aos olhos

A volta às aulas exige que os pequenos fiquem mais tempo com os olhos fixos em cadernos, livros, computadores e tablets.

Tudo isso pode contribuir para uma vista cansada e turva, assim como dores e o desenvolvimento de problemas de visão.

Por isso, é importante que as crianças tenham pausas de 10 a 15 minutos para cada hora de leitura e escrita.

No caso das telas, também indica-se controlar o tempo de uso e diminuir a intensidade do brilho.

Cuidados com objetos e produtos químicos

Se uma criança tropeça ao correr, existe a possibilidade de lesionar os olhos pelo atrito com objetos cortantes, pontiagudos ou até aparentemente inofensivos, como a quina dos móveis.

Produtos de limpeza, álcool em gel e até materiais escolares (colas, tintas, tesouras, entre outros) também podem causar sérios danos aos olhos.

Acidentes são imprevisíveis, mas é de suma importância que um adulto sempre esteja por perto para supervisionar as atividades – seja em casa ou na escola – e evitar ou minimizar situações que podem colocar a visão dos pequenos em risco.

Texto de autoria: Ricardo Filippo, graduado em Medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ.

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