Polícia matou mais e morreu menos no ano passado, informa pesquisa nacional

Policiais em ação nas imediações da favela - Foto youtube

Levantamento inédito feito para o Monitor da Violência revela que no ano passado pelo menos 5.804 pessoas foram mortas por policiais, enquanto 159 deles foram assassinados. Mortes por policiais no país cresceram 1,5% em relação a 2018, e as mortes de policiais caíram 51% no período. Os dados são nacionais, repassados pelas autoridades de segurança pública estaduais. Apenas Goiás foi excluído da pesquisa por se recusar a fornecer informações.

O Monitor da Violência resulta de uma parceria entre o Núcleo de Estudos da Violência da USP, o Fórum Brasileiro de Segurança Pública e o portal de notícias G1. O relatório do monitor ressalta que o aumento das mortes por policiais vai na contramão da redução de mortes violentas no país, de 19% no mesmo espaço de tempo. A queda é a maior na série histórica do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

A principal razão da alta letalidade das polícias brasileiras, apontadas em pesquisa internacional como a que mais mata no mundo, é a falta de controle dos governos estaduais sobre elas, sobretudo Polícias Militares, responsáveis pelo patrulhamento ostensivo e as mais envolvidas em ocorrências que acabam em homicídios.

Índices de mortes por policiais em alguns estados são alarmantes, segundo o Monitor da Violência. A cada 100 mil habitantes, o Amapá registra 15,1 homicídios; o Rio de Janeiro 10,5; Sergipe 7,2; Pará 7; Bahia 4,8; e Rio Grande do Norte 4,7. Para efeito de comparação, os policiais dos quatro de maior índice mataram, proporcionalmente, mais ou mesmo que todos os criminosos do estado de São Paulo, que registrou 7 por 100 mil habitantes os homicídios comuns.