Poesia: A comida que a gente come

Pensar no alimento e seus ciclos, é reconhecer e valorizar o trabalho de quem está por trás de todo processo, até que a comida chegue em nosso prato.

alimentos orgânicos colhidos na região de Três Picos, Friburgo, Rj _ foto: Marcella Saraceni

A comida que a gente come
Carrega o suor de uma gente
Que acorda com o sol
Que cuida do solo
Semeia
Continua cuidando
Espera
E aprende sobre o real tempo das coisas
Um povo que estuda por livros
Pela escuta da terra
Pela oralidade passada por gerações

A comida que a gente come
Carrega a energia da história do lugar e seu povo
A força dos fenômenos da natureza
Que aplacam sobre os cultivos
E as relações com todos os outros seres que co-habitam o mesmo espaço

Ela pode vir com sabor de amor, de luta
Pode trazer memórias e sensações
Pode vir com marcas que registram
Sua vida e relações
Podem vir com seu cheiro natural
Com sua própria cor
E podem também não vir sempre

O alimento é um ser
Dotado de inteligência sobre si
Ele vem quando está em seu potencial
Suculento e sedento para alimentar
Um corpo que o honre
Que se interesse pela sua trajetória
Que se identifique

A comida que a gente come
Carrega a essência da gente
Terra não é bem material
Nós somos a terra
Quando nos recarregamos
Com alimentos preenchidos
De energia vital
Nos tornamos solos mais férteis
Sementes de vida
Florescemos
E o que fazemos
Geram frutos

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