Pesquisa mostra que empresas melhoram diversidade, mas falham na saúde mental

Levantamento da Tree Diversidade (empresa de consultoria e educação em Diversidade e Inclusão) em parceria com o Grupo TopRH (Empresa do ramo de Recursos Humanos), mostra que atualmente as empresas estão mais comprometidas com os valores de diversidade, equidade e inclusão, mas que têm falhado na prevenção da saúde mental dos seus funcionários.

DE&I – sigla para Diversidade, Equidade e Inclusão – se torna cada vez mais conhecida no mundo corporativo. Trata-se de um movimento que busca a inserção de grupos minorizados em empresas, a exemplo da população negra e da comunidade LGBTQIAP+

Além de contratações, um conjunto de ações são incentivados para que as empresas criem um ambiente respeitoso e acolhedor para funcionários, combatendo preconceitos e assédios. Também é recomendado o equilíbrio nas posições de poder, elevando por exemplo, mulheres a cargos de liderança.

A pesquisa Como Anda a Saúde de Profissionais de DE&I? consistiu em um mapeamento, colhendo respostas anônimas, que ouviu diversos profissionais da área de DE&I. O intuito é entender como está o cenário da saúde mental dos profissionais que atuam no setor e o que as empresas estão fazendo em relação ao assunto.

O resultado foi publicado este mês, aproveitando o Setembro Amarelo, quando é discutido o tema de saúde mental em diversas campanhas. É a segunda edição da pesquisa, a anterior é de 2021.

O resultado disponibilizado da pesquisa atual faz uma comparação com os dados coletados na primeira edição. O objetivo é entender e acompanhar o cenário da saúde mental dos profissionais do ramo de DE&I e, assim, promover um debate sobre a importância de se construir um ambiente seguro, acolhedor e respeitoso para estes profissionais, além dos diversos outros cargos nas empresas.

Quem cuida também precisa ser cuidado

Mais de um terço das pessoas respondentes do questionário afirmam não possuir um bom equilíbrio entre vida pessoal e profissional e que sua saúde mental piorou desde que assumiu uma função de DE&I.

A mesma porcentagem diz que a organização em que trabalha não se preocupa com a saúde mental dos funcionários da área de DE&Iem comparação à pesquisa de 2021, nota-se um aumento.

“Alguns índices apresentaram estagnação ou retrocesso, como a preocupação das empresas com a saúde mental dos profissionais de DE&I. Isso nos mostra que há ainda um caminho a percorrer e é nossa responsabilidade falarmos disso”, avalia Daniel Consani, CEO do Grupo TopRH.

Melhora no cenário, ainda longe do ideal

Para Letícia Rodrigues, sócia-fundadora da Tree, a percepção de que o exercício da profissão prejudica a saúde mental está relacionada ao fato de esses profissionais terem mais contato com exclusões e injustiças.

Na pesquisa de 2023, o número de pessoas que disseram ter recorrido a psicólogos com alguma frequência subiu de 45% para 55%, em comparação a 2021.

Mas também há resultados positivos: de acordo com o levantamento, a questão da diversidade nas empresas está mais profissional e estruturada do que há dois anos atrás, na percepção dos profissionais do segmento.

Neste sentido, foi identificado o avanço no percentual de pessoas a ocupar cargos de analistas e assistentes na área. O número passou de 34% no primeiro levantamento para 47% na edição mais recente, evidenciando que as empresas investiram em equipes para conduzir ações na área.

Letícia Rodrigues destaca que houve um avanço importante. “No primeiro levantamento, em 2021, a percepção era que a diversidade tinha características mais próximas de um voluntariado corporativo, ou seja, sem direcionamento, verbas, líderes designados, com pessoas acumulando funções e menos capacitação”.

Outro ponto positivo é a diversidade de profissionais que estão trabalhando com o tema, ou seja, diversidade. Os respondentes da pesquisa autodeclarados brancos ficaram menos prevalentes e aumentou o número de pessoas trans trabalhando nesta área.

Mas o cenário ainda está longe de representar efetivamente os tantos grupos minorizados da sociedade brasileira. 

Acesse AQUI a íntegra da pesquisa. 

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