Perolas de Silvia Pilz

Nas primeiras horas do dia, entro na internet, vasculho meus emails, rede sociais e nada, um vazio enorme. Pego um xícara de café repasso as mesmas noticias do dia anterior a medida que bebo gole a gole meu café matinal. De repente um post me chama a atenção. Volto o cursor do mouse(rato) e me detenho no titulo. “Preto no branco”. Por um instante me pego receoso em ler o textozinho. É que depois de tantos anos debatendo assuntos infrutíferos nós acabamos nos Silvia Pilztornando mais criteriosos, menos afoito e talvez até um pouco mais objetivos. Vejo em alguma parte do blog escrito provavelmente no to topo algo como: O globo, pronto, desanimei de vez. Peguei minha xícara ainda com café que já não me parecia tão atraente e voltei a vasculhar a rede. Alguns minutos depois me deparei com um comentário sobre o texto que me recusara a ler. Li e voltei os olhos novamente para os textozinho da tal blogueira do “O globo”. Li com muita ma vontade admito. Logo nas primeiras frase um perola, normal é blogueira das organizações… Ah! Vocês sabem do que se trata, então, não precisamos ser redundantes. _ Eu quero voltar pro mundo onde negros eram chamados de negros. Numa tradução simples essa frase ficaria assim: Eu quero voltar pro mundo onde negros eram chamados de macaco, tição, crioulo, escravo afinal chama-los de afro descentes não mudou nada.  E ela continua com suas inflexões bizarras;  _Todo mundo quer ser branco e ter olhos claros. Negras alisam cabelos, pais e mães, quando resolvem adotar bebês, vão pro Sul do país. Se bem que né… Vamos a outras pérolas afinal esse blog deveria até se chamar Joalheria da Silvia Pilz. _ Se bem que os mini-afro-descentes estão em alta. Simbolizam o “eu não tenho preconceito”, porque o que acontece em Hollywood, depois de um tempinho, acontece aqui. Parece uma espécie de campanha na qual quem adotar o mais feio garante seu lugar no céu. Pronto. Aqui ela mostra claramente o quão é rasa e superficial. E pra fechar o mar de asneiras com algumas poucas verdades ela nos coloca a par do pensamento vigente na classe social a que pertence. _ Como diria um dos meus melhores amigos, se Michael Jackson acordasse no enterro dele, teria uma síncope ao ver tantos pretos ao seu redor. Melhor exemplo de preto que detestava ser preto não há. Pronto é isso. Não sei se deu pra notar o ranço racista nessa ultima colocação, algo mórbido, pouco razoável até para uma idiota global. Enfim, depois de tudo isso o meu café esfriou e a minha fé na humanidade diminui, mesmo assim bom dia a todos…

Artigo anteriorBEIJA-FLOR: UM GRITO SEM LIBERDADE
Próximo artigoPão de Açúcar abre mil vagas para pessoas com deficiência
Prettu Junior
Rapper, escritor e ativista da cultura hip hop, no Rio de Janeiro. Participou efetivamente de iniciativas de delegações brasileiras que participaram na III Conferência Mundial contra o racismo, a xenofobia e formas correlatas de intolerância promovida pela ONU, em Durban, na África do Sul. Participou também do fórum social mundial, nos anos de 2002 e 2003, em Porto Alegre, no qual teve a oportunidades de desfilar seus versos e rimas recheados de críticas sociais. Foi um dos protagonistas na criação da iniciativa “fórum das periferias”, no Rio de Janeiro, que infelizmente não se realizou por completo. Fez shows e apresentações em várias partes do Brasil, América do Sul e Central.