Passeio em volta do hospício

Bolsonaristas rezam o Pai Nosso em Brasília.

Quem circula pelo acampamento no Setor Militar Urbano de Brasília, como fiz de carona no carro da amiga Márcia, pode chegar à conclusão de que é um sucesso absoluto a manifestação pró-Bolsonaro. Nada mais enganoso. Proporcionalmente, há mais banheiros químicos do que pessoas de amarelo, mais barracas de ambulantes, vendedores de camisetas canarinho, patuás, pés de coelho, trevos de quatro folhas e santinhos do que gente irada pró-Bolsonaro.

Aliás, observando as imagens colhidas ao acaso através da janela do carro é fácil perceber que falta densidade, ou quórum, da manifestação; e mais: quando você conversa com um exemplar bolsomínio padrão, morador de Pato Branco ou Maringá, você tem a certeza de que não está falando com uma pessoa de carne e osso, mas com um avatar, clone, uma persona. Na verdade, vivemos em realidades muito distantes, o dilema dele é se Alexandre de Morais é glabro ou se cultiva a navalha na cabeça.

Já o meu é simples: enquanto uma barraca se monta e desmonta facilmente, eu quero saber quem desmonta o circo do Forte Apache sem deixar para sempre a sensação de que todo aquele teatro foi encenado somente para satisfazer a vaidade do psicopata-mor que atende pelo nome de…não vou escrever para não dar mais ibope, mas você sabe bem de quem estou falando…

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