PACIFICAÇÃO ATÉ QUANDO?

Até quando as favelas pacificadas ficarão realmente em paz? Será que o crime pode voltar a atuar nesses locais? São quatorze favelas, até agora, “pacificadas” pelo governo do estado, porém esse número ainda é muito pequeno para o total de favelas, mais de mil, que existem no Rio de Janeiro. A preocupação de lideranças é que após as Olimpíadas e a Copa do Mundo a situação volte ou até mesmo piore. É o que revela a declaração do presidente da FAFERJ (Federação de Favelas do Estado do Rio de Janeiro), Rossino Diniz: “digo isso sem medo de errar, onde está pacificado, não dou três anos para se tornar um local de milícia”. A situação de implantação e futuro das unidades merece um acompanhamento, pois segundo Diniz, que diz não acreditar na pacificação, soube até mesmo de uma favela onde uma criança morreu e não houve manifestação porque o tráfico não permitiu preocupado que o governo quisesse instalar uma UPP no local. A preocupação do presidente da FAFERJ é corroborada por um dos maiores especialistas em segurança, Rodrigo Pimentel, ex-capitão do BOPE, que atualmente é consultor de segurança da TV GLOBO. Ele afirmou essa semana em entrevista à ANF que concorda com a opinião de Rossino. As milícias já ocupam grande parte das favelas do Rio, controlando serviços como TV por assinatura, gás e cobrando taxas de comerciantes.

Apesar de concordar com a afirmativa do presidente da FAFERJ, Pimentel afirma que “o desenvolvimento social nas favelas, pelo menos no primeiro momento, só é possível com a chegada das UPPs”. Questionado sobre o pouco número de favelas pacificadas até agora e se o estado teria condições de pacificar todas, Pimentel disse que essas primeiras Unidades de Polícia Pacificadora têm relação direta com os locais de riqueza e de visibilidade. Para que a milícia não se instale, Rodrigo diz que é necessária uma atuação da corregedoria agindo de modo eficaz e da necessidade de melhores salários. Ele ressaltou que a UPP tem um grande apoio de toda população e citou que a Tijuca está há cem dias sem homicídios.