Os “pedreiros” mais caros do mundo

Crédito: Márcio Alves / Agência O Globo.

Desde que foi anunciada a “Intervenção Militar” das Forças Armadas no estado do Rio, o que tem se visto até agora são operações para retirada de barricadas e muitas informações desencontradas que não retratam a verdade. Nas primeiras entrevistas coletivas do interventor federal, o general Walter Braga prometeu que ações sociais aconteceriam nas favelas ocupadas. Porém, não diz quem fará essa ação, muito menos como e em que momento. Em duas semanas de ocupação, tropas do exército foram cinco vezes à Vila Kennedy apenas para retirada de obstáculos físicos. Nenhuma grande apreensão de drogas, armas e nem um grande líder traficante foi preso. Porém, quando a prefeitura foi chamada para fazer uma ação social, o que o prefeito fez foi dar um “choque de ordem” e agentes da prefeitura derrubaram dezenas de quiosques de moradores das comunidades do entorno, destruindo o ganha pão dos pequenos comerciantes.

A verdade é que o governo Temer pretende tirar o foco do seu fracasso em conseguir promover as chamadas “reformas” econômicas.  Os índices de violência continuam os mesmos pré-ocupação militar. Os roubos e assaltos continuam infernizando os milhões de cariocas que vivem na cidade. Pedestres continuam sendo assaltados a qualquer hora do dia ou da noite. Pessoas sendo ameaçadas com armas pesadas em bares e em restaurantes de todas as regiões da cidade. Até em Laranjeiras, a menos de 500 metros da sede do governo, e reduto da boemia carioca, a Praça São Salvador foi alvo de um acerto de contas entre traficantes locais, resultando na morte de duas pessoas e um ferido.

Há uma semana, moradores da Favela de Acari denunciam uma escalada de violência promovida por PMs do 41° Batalhão da Polícia Militar. Dois moradores foram mortos em confrontos entre policiais militares e traficantes. Moradores afirmam categoricamente que as vítimas eram trabalhadores e que foram executados por policiais. O que tem acontecido em Acari é uma campanha de terrorismo de Estado. Policiais mandam mensagens de áudio para os líderes comunitários, fazendo todo o tipo de ameaças veladas. Minha companheira de ANF e ativista dos direitos humanos Buba Aguiar, há tempos tem recebido ameaças de todo o tipo. Até bom dia irônico pela página de Facebook do 41° Batalhão ela recebeu dias atrás. Ela que denuncia, há anos, o batalhão por excessos e violação dos direitos humanos. Inclusive já recebeu ameaças de morte.

Vem tempos sombrios pela frente…