Organização realiza ações por moradia digna no Recife

Recife, 22 de stembro de 2019. Voluntariado e solidariedade substituem barracos por casas na comunidade Carolina de Jesus. Das 150 pessoas que, durante todo o final de semana, vestiram as camisetas brancas da ONG Teto para dar duro na construção das casas de madeira, apenas duas eram funcionárias da ONG.

Movimento dos Trabalhadores/as Sem Teto articulam e promovem ações de inclusão em ocupações populares

Reportagem de Marcílio Silva e Tatiane Feitosa para o jornal A Voz da Favela

 

Diversas pessoas no Recife, assim como em outras capitais do país, lutam por moradia digna. Face ao elevado problema da especulação imobiliária e a dificuldade de financiar aluguel, famílias inteiras têm buscado formas de sobreviver em ocupações urbanas, que se situam em áreas não utilizadas e que não cumprem sua função social. A Ocupação Carolina Maria de Jesus, na Zona Oeste do Recife, é um exemplo dessa realidade.

Situada no bairro de Jardim São Paulo, a ocupação fica ao lado do Terminal Integrado do Barro, em um terreno do Governo de Pernambuco que seria utilizado para a expansão da integração. Uma reforma chegou a ser realizada, mas a área não ficou utilizada até que famílias, organizadas pelo Movimento dos Trabalhadores/as Sem Teto (MTST), ocuparam o local em fevereiro de 2017. Segundo o MTST, no primeiro mês, a ocupação chegou a abrigar duas mil pessoas.

A Carolina de Jesus é uma ocupação com alto grau de vulnerabilidade social. Diante disso, um projeto da ONG TETO tem trabalhado soluções de moradia com os moradores do local. A partir de visitas e de levantamento de dados, a organização percebeu a necessidade de priorizar a ocupação vizinha ao TI Barro nas suas ações. Segundo o gestor da organização, Tiago Sher, o objetivo é atuar para superar a pobreza em parceria com a ocupação e a partir do desenvolvendo das capacidades comunitárias de identidade, participação, trabalho em rede e organização.

“O trabalho é realizado em conjunto por moradores e voluntários da organização, como também com o trabalho em rede com outros atores da sociedade civil”, afirma Sher.
Em caráter emergencial, foram construídas 19 unidades residenciais, que foram sorteadas entre os moradores em situações mais degradantes. A ação trouxe benefícios para moradores como a dona de casa Diana Siqueira. “Agora, acredito que vou poder dar à minha família condições melhores de vida e me dedicar mais aos meus filhos para que eles tenham um futuro melhor”, comemora Diana.

Voluntariado e solidariedade substituem barracos por casas na comunidade Carolina de Jesus. Foto: Inês Campelo.