O TIRO MAIS CARO DO RIO: A AFRODISCRIMINAÇÃO DE NOSSAS LUTAS

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Os tiros que atinjiram a sede do Afroreggae nesta quinta-feira, não só atingem a luta pela pacificação da cidade, mas ferem a todos nós que encaramos no cotiano a face mais perversa desses dois lados crueis: uma polícia corrupta e que crimininaliza a pobreza e, por outro lado, o traficante frio e calculista que não poupa nem mesmo sua própria comunidade.
Nõo devemos de forma nenhuma desejar que o Afroreggae seja desestabilizado porque amanhã pode ser nossa vez. Alías, eu já passei por algo semelhante e sei o quanto dói ser ameaçado.

Entretanto, ao ler no Jornal O Dia desta quinta (01/08/13) que o Afroreggae recebeu R$3,5 milhões da Secretaria Municipal de Cultura fiquei estarrecido. Ou li errado ou os militantes de cultura do Rio de Janeiro não têm munições suficientes para exigirem do Secretário de Cultura do Rio, Sérgio Sá Leitão, uma explicação plausível sobre o porque desse tratamento especial ao Afroreggae. Será que nós também não somos alvejados? Por que essa afrodiscriminação de nossa luta? Será que o Complexo da Maré não merecia o mesmo tratamento após a chacina de junho último?

Por isso que não atiro mais, vivo em paz sendo cronista social.