O Presente do Rei – O plebeu, a princesa e a guerreira

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Capítulo 4 – Um novo mundo

Quando Marcus entrou no salão de festa do palácio, ele ficou parado, bestificado, atônito, ao ver aquele lugar de beleza estonteante, incomum, com quadros de grandes mestres,
obras de arte como estátuas de rara perfeição, paredes com detalhes em ouro refinado, telhado com lindas pinturas; tanta gente com roupas lindas, exóticas… aquelas joias brilhantes, coloridas, raras, diamantes grandes e pequenos; as pedras preciosas pareciam ter um poder divino de tornarem as pessoas mais atraentes, mais bonitas.

As mulheres, na sua maioria, eram belíssimas, encantadoras, fascinantes, apaixonantes, lascivas, e todas estavam perfumadas; os perfumes inebriaram-no. Comidas em uma
abundância exagerada, numa mesa gigantesca. Havia leitão assado, frangos, perus, travessas de javalis cegos, cuja carne é mais suculenta, coxas de corvos ao molho de vinho branco e leite de vaca, arroz com brócolis e com pequenos pedaços de carne de carneiro, arroz roxo com ervas picantes, bolos de chocolate, candu (que é uma fruta pequena e doce nativa da terra), casca de laranja imperial, típica do reino, pães doces com frutas, doce de alegros (fruta que tinha uma substância que aflorava o bom humor).

E muito mais comida que nem sabia do seu nome, tampouco sabia da sua existência. Ele
estava atordoado, queria saber se estava no céu dos soberbos ou num inferno luxuoso (embora, não exista tal inferno). Os aromas das comidas embriagavam ainda mais Marcus. E tudo isso estava sendo acompanhado pela trilha sonora de risos altos, escandalosos, contidos, maliciosos, conversas, discussões, declarações de amor, blasfêmias, gritos de bêbados, devassos e por uma canção alegre, empolgante, vibrante que enchia todo o ambiente.

Boa parte das pessoas dançava. Naquele momento, todos os ditos sete pecados capitais
possuíam o corpo, o ser do jovem. E o pecado mais gritante nele, naquele instante, era a gula. Marcus sentia vontade de comer de todas daquelas comidas ao mesmo tempo. Tinha a vontade de comer por todos aqueles anos que comera malmente a ração e que passou fome. Aquilo que é Feliz Natal! – pensou Marcus após olhar tudo ao seu redor.

A sua vontade só crescia, contanto, o rapaz estava se sentindo uma criatura de outro mundo, pois, naquele momento, todos os olhos do baile se voltavam para ele. Mas, o garoto estranhou aqueles olhares, ele esperava outras expressões neles; estava surpreendido. Ele sentia um misto de vergonha, nervosismo, alegria e euforia – suas mãos tremiam, suavam, mas Tófeles lhe dissera que nunca baixasse os olhos, porque era sinal de covardia, e que mantivesse a compostura, sempre demonstrasse serenidade.

Os olhares eram de admiração, pasmo, encantamento, surpresa, inveja, curiosidade. Entretanto, a curiosidade acompanhava todos os outros sentimentos. Todos ali indagavam e comentavam: Quem é aquele jovem tão garboso? Quem é aquele rapaz com um porte altivo? Aquele lindo moço, de onde veio? De que reino vieste? Pode ser um valente cavaleiro de terras longínquas! Deve ser um mercenário… Ou é um sujeitinho vil, que vai enganar a todos nós! Tem um ar nobre. Nobre, eu conheço às léguas; sinto cheiro de
sangue azul.

As nobres donzelas se derramavam em suspiros: Minhas preces foram ouvidas… Ele atravessou vales, pântanos, desertos, mares, florestas, enfrentou terríveis dragões, bruxas odiosas, criaturas monstruosas, só para me conhecer… Ah! meu príncipe… Ele veio para mim… Não vai demorar muito tempo, para pedir a minha mão em casamento e seremos felizes para sempre. The End…

Marcus estava esplendorosamente bonito! Isso era a causa daquele alvoroço. Estava vestindo as roupas do alfaiate mais renomado do reino, só os nobres mais ricos vestiam ele. Como Tófeles sabia de muitas coisas daquele lugar, até dos segredos mais secretos, sórdidos e podres dos mais nobres ao mais miserável plebeu, ele foi ao atelier do alfaiate, pediu a roupa mais deslumbrante e trabalhada, que tinha lá, era uma de seda fina, bem talhada, costurada com fios de ouro, que um conde encomendara, e, quis aplicar o calote, mas já tinha sido sua vítima, dessa vez foi mais esperto. Só entregaria depois do pagamento feito.

O Conselheiro explicou que era para o moço do Denis que era mui amado pelo povo, mandou-o de muito bom grado como um pequeno regalo para o seu futuro rei. Ele estava muito bonito e era lindo. Aos dezessete anos já ostentava um ar másculo hercúleo, que vinha acompanhado da sombra de uma barba, que futuramente seria fechada e aloirada. Marcus era um mancebo de cabeleira revolta castanha (naquele instante estava penteada toda para trás) alto, magro, mas os músculos eram delineados, olhos cinza meio esverdeados, vivos, grandes, com uma tristeza escondida por detrás deles.

O que espera esse novo mundo guarda para Marcus?! Comente!…

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