O Presente do Rei: O plebeu, a princesa e a guerreira

Capítulo 3 – O rei e a sua família quase real e o seu Conselheiro

O rei Iago não era muito diferente dos outros reis, que conhecemos ao longo da história. Iago, era meramente um fantoche nas mãos de quem tinha livre acesso a ele, entretanto, pouquíssimas pessoas gozavam desse privilégio, porque o Conselheiro Tófeles não as permitia. Sempre falava que a Sua Majestade não desejava ser incomodada, que estava resolvendo uns problemas do reino, para quem ia pedir uma audiência, e, para o rei, dizia
que os súditos não o procuravam.

O rei achava isso meio estranho, mas, pouco se importava. Era como um dito popular da terra que diz: A língua só sai, quando a boca tem fome. Porém, de quando em quando, Iago tinha um breve lampejo de bondade. Anunciava que sairia pelas ruas, para ver a vida dos servos; e se um fizesse-o condoer-se lhe faria um bem. Mas, o problema é que era Tófeles, que indicava os lugares a serem visitados, e, ele sempre se adiantava, ia primeiro nos lugares, maquiava tudo: dava roupas novas, alimentos, lenhas, mandava fazer consertos nas choupanas.

O monarca via tudo isso; voltava para o palácio soberbo, cheio de si, sentindo-se o maior rei que aquele reino já tivera. Mas, depois de algumas horas, ele voltava a ser o apático que era. Mas para a raiva total de Tófeles; ele não era o único que controlava o rei.
A rainha também exercia um poder sobre o marido e quase sempre ia de encontro aos conselhos do conselheiro, que, em geral, só traziam desgraças sobre o reino, sobretudo para a plebe.

Não que ela morresse de amores pela populaça, pois sabia que Iago era um rei medíocre, ele não tinha um pensamento articulado, para fazer um bom governo, tampouco possuía uma mente calculista, maquiavélica, fria e matemática para tirar riquezas das misérias do povo. Ela sabia que todos os conselhos que vinham de Tófeles, eram como pequeninas sementes que algum dia, ele ia colher, pensava a rainha. Mas, quase nunca conseguia fazer com que o rei repensasse as suas atitudes, pois, Iago era um idiota teimoso.

Um completo idiota. Quem sabe um idiota ao cubo. Mas, o rei Iago não era quem ele acreditava ser. Ele não pertencia à linhagem dos grandes reis que aquele reino já teve. O sangue não era tão azul assim, pois, a sua mãe tinha um caso de amor proibido com um cavalariço moreno, alto, corpulento, cabelos e olhos bem negros, pareciam azulados. Um homem bonito, porém quando abria a boca, logo se sabia, porque ele mantinha um ótimo relacionamento com os cavalos.

Ele, Iago com certeza herdou a inteligência do pai. Só herdou isso mesmo, porque nem saiu com a beleza dos pais. Era parecido com um tio feio paterno. Iago tinha uma altura mediana, um nariz que se assemelhava a um bico de papagaio, olhos levemente vesgos, uma calvície proeminente anunciada, barba cerrada e uma barriga esférica. O rei sabia, que Iago não podia ser seu filho, pois, em nada se parecia com ele, mas amava demais a
sua esposa.

E, se fosse reclamar, seria obrigado por causa da lei e da traição do país a degolar a amada em praça pública e largar o bebê sozinho na floresta. Então, foi o amor pela rainha e a inocência da criança, que não o fez reivindicar os seus direitos, entretanto, o seu silêncio o tornou profundamente triste, duro, amargo e aparentemente insensível. Mas ninguém nunca mais soube do cavalariço, da sua família nem da sua descendência. Todos
desapareceram, sumiram da face da Terra como se jamais tivessem existido; não deixaram nenhum vestígio.

Mas, numa coisa Iago conseguia ser bom. Ele era um pai extremoso, carinhoso, atencioso, confidente, zeloso, amigo. Era um pai com coração de mãe. Quantas noites já passou em claro acalentando no seu regaço um dos seus filhos ou até dois, ao mesmo tempo, sempre cantarolando com doçura. Se um estivesse com febre, cólica, resfriado, ou com outra enfermidade, ele só dormia quando as dores das suas proles tivessem sido sanadas ou muito aliviadas. E, quando nada parecia adiantar nas dores dos filhos, e, eles choravam, os olhos de Iago se enchiam d’água. Tentava até conter-se, porém não conseguia. Ele chorava baixinho por ver o sofrimento deles. Não que a rainha não fosse uma boa mãe, carinhosa, bondosa que amava os seus rebentos, no entanto, rei amava-lhes de toda a sua alma.

Ele tinha três filhos: o príncipe herdeiro, Denis, parecia-se com a mãe, era loiro, era tão loiro que de longe seus cabelos pareciam serem brancos, sua pele era pálida, como mármore, seus olhos eram de um azul profundo; eram duas chamas intensas azuis. Tinha feições plácidas, traços finos e harmoniosos e um sorriso radiante. Possuía um coração generoso, amigo, valente e aventureiro; tinha alma de um grande rei. A princesa Opala, era uma junção da beleza materna com a do avô paterno (o cavalariço).

Era esbelta, tinha uma tez branquíssima feita a lua cheia, imaculada; seu corpo tinha curvas acentuadas, mas, mesmo tempo eram suaves; era bonito, meigo, simétrico como se tivesse sido entalhado pacientemente com perfeição, seus cabelos longos bem tratados, negros brilhantes caíam-lhes até depois dos ombros, dava a impressão que era um manto real, seus olhos verdes, de um verde hipnotizante, aqueles olhos pareciam únicos em todo o mundo. Duas esmeraldas. Nariz pequeno, mas arrebitado, boca pequena, os dentes eram
como se fossem feitos de minúsculos marfins branquíssimos.

Opala era simplesmente linda. Talvez por isso fosse tão vaidosa, egocêntrica, o que fazia pensar que o mundo fizesse parte dos seus domínios, por isso conseguia tudo que desejava; possessiva e mimada. Essa era a princesa Opala por inteira. E a Flávia, o último rebento do casal real. Ficava em cima do muro em relação aos pais, enquanto, Denis era mais ligado à mãe, um era o amigo mais chegado um do outro e a Opala era amada pelo rei, como o próprio amava a sua coroa.

Mas, voltemos à pequena Flávia, que era mesmo de estatura baixa, cabelos curtos, encaracolados, feito os dos querubins das igrejas, bem negros, olhos grandes, pretos, cheios de vida, doçura e alegria, nariz afinado (mas não dava um ar arrogante), lábios pequenos, rosados e bem desenhados como se fossem feitos por mãos suaves, o seu sorriso irradiava uma luz acolhedora, era lindo como um poema de um poeta que achou seu grande amor, a sua pele branca como a alva do dia, nos seus primeiros meigos raios.

Flávia estava sempre no estado de alegria, ela era do tipo de pessoa que pensava que tinha
nascido para ser muito feliz, e, pelo fato de ter nascido já é motivo para ser muito feliz. Ela não tendia mais para o pai nem para a mãe, mas, sempre buscava o carinho de ambos, por isso disse que ficava em cima do muro. Flávia passava a maior parte do seu tempo na biblioteca, lendo escritores, poetas, filósofos, o que a tornou uma pessoa sensível, pensante, crítica, altruísta e sonhadora; sempre desejando o melhor para si e para os outros.

Esses eram os filhos do rei. O amor paterno de Iago colocará o destino do reino em risco. Especificamente o que sentia pela filha Opala, que ele amava como à sua coroa – seu bem maior. E esse amor profundo floresceu quando ela era pequena, com dois anos, contraiu a febre da selva. A morte já tinha pegado nas pequeninas mãos de Opala, para levá-la, mas Iago estava tão agarrado a ela, apertando-a contra o seu peito caloroso, cheio de amor que a morte não conseguiu prevalecer. Esse sentimento por ela se consolidou e aprofundou-se. E, por ela, Iago faria qualquer coisa, qualquer coisa mesmo.

O que você acha do que o rei Iago será capaz de fazer por sua filha, Opala?!

Se você está gostando da trama, e pode colaborar a partir de R$1 (um real), para que o autor possa continuar o seu trabalho, faça-o gentilmente pelo PIX: 71992604212! Mas, se não puder contribuir financeiramente, comente e envie o link do capítulo para um amigo, uma amiga ou um familiar! Com certeza, vai ajudar bastante! Porém, se puder e quiser fazer os três, também, fique à vontade… Claro, que o escritor ficará ainda mais grato!

Gostou da matéria?

Contribuindo na nossa campanha da Benfeitoria você recebe nosso jornal mensalmente em casa e apoia no desenvolvimento dos projetos da ANF.

Basta clicar no link para saber as instruções: Benfeitoria Agência de Notícias das Favelas

Conheça nossas redes sociais:

Instagram: https://www.instagram.com/agenciadenoticiasdasfavelas/

Facebook: https://www.facebook.com/agenciadenoticiasdasfavelas

Twitter: https://twitter.com/noticiasfavelas