O menino mais forte que o mundo

Creditos - Arquivo pessoal

Sonhador que procura estar entre os melhores do MMA, e exemplo a ser seguido fora dos octógonos, trazemos a história de Daniel Dhonata, um lutador da vida. Hoje com 20 anos, nasceu em Maricá, e chegou ao Rio com 2, para morar no Morro do 18, comunidade da Água Santa.

Conheceu a luta na infância, para superar uma anemia falciforme. O muay thai entrou em sua vida aos 12, e ele precisou superar as dificuldades de um braço quebrado, com duas placas de ferro por dentro, mas nunca cansou de superar os obstáculos.

Daniel quase desistiu da luta, ao ter que abandonar os treinos para trabalhar e ajudar a família, e também por causa de sua filha, nascida quando ele tinha 15 anos. Mesmo assim, ele lutou e conquistou alguns títulos no jiu-jitsu.

Aos 16, sua vida mudou, quando os técnicos Alessandro “Migão” e Fábio Nascimento permitiram que ele abrisse um projeto social e desse aulas. Mais consolidado, se mudou para Vila Isabel, com o sonho de ser lutador de MMA, trabalhando ao mesmo tempo na limpeza da academia onde treinava.

Começou a se destacar e, em 2018, conseguiu bons resultados em campeonato de muay thai ao redor do Brasil. Como seu foco é o MMA, e ele é grande fã de José Aldo, recebeu o apelido que está no título da matéria. Hoje, também dá aulões em comunidades, palestras para ajudar crianças, e arrecada alimentos para doações.

Qual o papel do esporte na favela para mudar vidas?

“O esporte é um fenômeno mundial e uma potente estratégia de desenvolvimento social. A prática beneficia não só a saúde, mas também promove lições de cidadania, valores e direitos. É ferramenta de transformação social, ao mesmo tempo em que é rígido e exige muito da pessoa. Eu costumo dizer que assim como o esporte te salva, te pune. Diversos nomes ficam pelo caminho, enquanto uma parcela pequena alcança a glória e atinge o ápice. E a maioria dos que chegaram longe vieram de uma comunidade, onde passaram diversas dificuldades, onde várias vezes disseram não serem capazes, até mesmo pensaram em desistir.”

*Matéria publicada no jornal A Voz da Favela – Edição abril de 2019