O medo de Bolsonaro

Livros com menos palavras escritas nas páginas! Tem que suavizar!

Parece um pedido de uma criança preguiçosa, que não gosta de ler! Mas é uma fala do presidente do Brasil.

Livros escritos com liberdade, diversidade, com pensamento crítico e criativo são instrumentos poderosos, temíveis e perigosos para corruptos, ditadores e opressores!… Por isso, é tão difícil o acesso e o incentivo a leitura!…

Bolsonaro teme aos livros, porque é um estúpido no sentido mais visceral da palavra, como também sabe que o povo que ler. Ler mesmo. Não autoajuda, autores da conspiração ou filósofos pop. Um povo que ler de verdade tem um senso crítico maior, tem uma consciência de si mesmo, e do outro, tem empatia e são mais questionadores. Ou seja, um povo difícil de se governar.

Primeiro foram as universidades, agora são o livros!

Nós só atacamos o que temos medo! Por que Bolsonaro teme tanto o conhecimento? Porque com o mínimo de conhecimento, lucidez e terapia para fazer a catarse dos conteúdos sexuais reprimidos, ninguém  votaria nessa criatura humanoide, chamada Jair M. Bolsonaro!

Por que nos proibiram de discutir por tanto tempo sobre política, religião e sexo?

Porque são as três coisas que mais nos dominam! Quando  não discutimos a política, alguém por nós o faz;  e acaba fazendo o que acha o que é melhor para nós. Quando deixamos de falar de religião, acreditamos em tudo cegamente, aceitamos as coisas mais absurdas e incoerentes sem questionar. E, quando não lidamos com o sexo de forma natural, como ele é. As proibições impostas sobre o sexo só fazem termos mais desejos; e esses desejos acumulados nos deixam raivosos, amargos, agressivos, sombrios e odiosos!…

Uma proibição, ou um pedido tão patético nesse nível, de suavizar os livros não são por acaso. Toda proibição e um pedido como esse têm por detrás um projeto de poder e de dominação!…

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Gilvã Mendes
Casado, pai, homem preto, pessoa com deficiência, socialista, psicólogo, palestrante, educador social. Autor dos livros: Queria brincar de mudar meu destino (2009, Papirus Editora), obra inserida no PNLD (Programa Nacional do Material e do Livro Didático) no ano de 2018, Aqueles malditos olhos azuis (2019, produção independente), O pássaro de duas cabeças (2022, Papirus Editora – selo Guaxinim), Intensos, Louváveis e Ternos Amores em Poemas (2022, produção independente). Atualmente, em fase de publicação do meu 5° livro no formato de Folhetim, com apoio da ANF – Agência Nacional das Favelas: O Presente do Rei – O plebeu, a princesa e a guerreira (escrito em 2010). Também, eu sou poeta desde menino, apaixonado e inquieto!