O esporte como ferramenta transformadora

Aulas de boxe, karatê e jiu-jitsu além de abrirem portas, trazem disciplina para as crianças.

crianças na aula de boxe _ foto: divulgação

Desde a sua fundação, a organização social “Nóiz”, que atua na Cidade de Deus, bairro da zona oeste da cidade do Rio de Janeiro, sonha com todas as ferramentas que pudessem gerar evolução e emancipação para a comunidade. Focado nisso, o presidente André Melo buscou parcerias e tem usado o esporte como grande mola propulsora, impulsionando crianças e jovens a enxergarem os desafios com disciplina e estimulando-as na busca por conquistas.

“Hoje, com o Boxe e a Capoeira, conseguimos unir tudo isso. À frente do boxe, temos o professor Pedro Neto, 32 anos, federado, 16 lutas oficiais no currículo e muito apaixonado pelos projetos sociais”, explica André.

Pedro se divide entre as aulas em academias e o trabalho voluntário na ONG, onde possui turmas infantis e de adolescentes, às terças e quintas às 14h30.
“Sou cria da rua André Rocha, na Taquara, e sempre tive o sonho de desenvolver um projeto social. Quando comecei na Cidade de Deus, as aulas eram para os adultos. Mas, logo conversei com André, da ONG Nóiz, e falei que gostaria de implementar uma turma para crianças, lembra o professor.

André melo e o Professor Pedro _ foto: divulgação

Pedro afirma que o esporte realmente é transformador e que faz muita diferença na vida das crianças. Quando entraram era difícil controlá-los, todos falando ao mesmo tempo, brigas etc. Mas, com as aulas eles já mudaram bastante, principalmente na disciplina e educação. Hoje, sabem que é necessário o respeito aos mais velhos, ao professor e entre eles mesmos”, relata com entusiasmo.

Ele conta ainda que a ideia é levá-los para competições, motivá-los a lutar e, claro, ver alguns se tornarem atletas. Mas, a pandemia tem atrapalhado bastante nisso. Pedro destaca a importância dos cuidados com o coronavírus: “Em nossas aulas seguimos todas as recomendações de proteção e higiene. Desde o momento em que entram na sede, aferimos a temperatura e higienizamos as mãos de todos com álcool em gel. Também temos máscara e luvas, que são higienizadas para que eles possam treinar”, descreve o mestre.

“Tenho muita dedicação nesse projeto, pois aquelas crianças precisam de oportunidades! Nossas turmas têm 30 alunos no total, mas existe uma galera esperando abrir vaga. O trabalho feito no Pequenos do Boxe é lindo! Mas, para atender a todos, teríamos que ter muito mais ONGs, instituições e apoio do poder público e privado nas comunidades”, finaliza Pedro Neto.
Atender crianças e jovens ociosos, sem terem o que fazer nas ruas das comunidades, também faz parte da Iniciativa Social de Lutas Jesus, apoiada pela Primeira Igreja Batista do Parque Acari.

“A ação surgiu para criar um referencial. O esporte juntamente com orientação e acompanhamento criam oportunidades que muitos jovens precisam e não têm”, explica o membro e colaborador voluntário Joader Mariano, 51 anos.
Atualmente, o projeto atende aproximadamente 40 crianças, a partir de cinco anos de idade. São oferecidas aulas de Jiu Jitsu, Muay Thai e Karatê.

Alunos na aula de boxe _ foto: divulgação

Matéria escrita em parceria com Juliana Moraes e publicada originalmente no jornal A Voz da Favela do mês de Junho

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