Notícias falsas colocam a democracia em risco

Hoje todo mundo tem um celular na mão e muitas vezes, utiliza o WhatsApp como única ferramenta para se informar sobre a política, o artista favorito e os acontecimentos do cotidiano. Com a popularização política, o aumento da violência e o crescimento do número de pessoas que defendem a tortura, as ditaduras e até Hitler, é extremamente necessário se questionar: Isso que estou compartilhando é mesmo verdade? A minha opinião está baseada em algo que ocorreu ou em mentiras de oportunistas?

Para evitar crenças mentirosas, o Comitê Gestor da Internet no Brasil (GGI.BR), fundado em 1995, recentemente lançou uma cartilha com dicas que podem ajudar a não cair em armadilhas nas redes sociais. Aí vão algumas dicas:

  • Duvide de mensagens muito bombásticas e alarmantes. Os boatos geralmente dizem que não são boatos, tem tons sensacionalistas e são escritos em caixa alta. Tem como objetivo gerar pânico. Confira em mecanismos de buscas, se mais algum lugar deu essa informação.
  • Duvide de mensagens que omitem local, data e o nome de quem as produziu. Informações escritas por meios de comunicação séria são assinadas pelos jornalistas e responsáveis pelo conteúdo.
  • Verifique se o site que você está lendo tem um link com o expediente. No expediente tem o nome de todos os profissionais envolvidos naquele veículo: editor-chefe, jornalistas participantes, departamento de marketing. Sites sérios não omitem o nome de seus responsáveis, pois por lei, são obrigados a serem transparentes.
  • Duvide de mensagens com erros gramaticais e de ortografia.
  • Verifique o endereço do site e entre no link. Sites propagadores de notícias falsas imitam o nome de sites conhecidos para confundir o leitor. Entrando no link você poderá verificar se é mesmo o site de sua confiança.
  • Duvide de áudios, textos e vídeos enviados pelo WhatsApp, de pessoas que dizem que são autoridades. Qualquer um pode se passar ou imitar uma autoridade na internet. Anote o nome da pessoa e pesquise em sites de busca, se ela existe. Se o áudio for de alguém conhecido, suspeite se não é alguém imitando. Texto supostamente escrito por famosos, devem constar em meios de comunicação conhecidos como, Globo, Record, SBT ou até mesmo no perfil da personalidade. Qualquer um pode escrever um texto dizendo ser um famoso. Suspeite e confira.
  • Atenção para vídeos muito editados. Suspeite de FRASES que são editadas; elas podem tirar a mensagem do contexto, dando um sentido mentiroso.
  • Suspeite de banners (aqueles coloridos do Facebook) com muita informação. Qualquer um pode escrever ali. Pergunte sempre quem escreveu aquilo, em que momento e contexto. Sempre procure pela fonte da informação.
  • Cuidado com imagens alteradas. É fácil editar uma foto hoje em dia. Amplie, veja se ela não está embaçada ou se não há indícios de edição. Imagens polêmicas serão abordadas em meios de comunicação famosos. Procure a imagem em outros lugares para conferir.
  • Não se informe só por grupos que tem a sua linha de raciocínio. Procure fontes diversificadas.
  • Sobre conteúdos históricos, dê preferência a livros, textos de professores reconhecidos em suas titulações e instituições.

ATENÇÃO:

Pessoas que compartilham notícias falsas podem ser processadas. Antes de compartilhar, pergunte-se: Quem é a fonte dessa informação? Essa pessoa tem conhecimento para dizer isso? Existem fatos que comprovem? O mesmo fato está sendo noticiado em outros lugares? Você conhece o site onde está a notícia? Quais são os conteúdos desse site? Quando e onde aconteceu? Pode ser uma piada? Ele é útil? Vale a pena repassar?

Com essas pequenas dicas transformamos a internet em um ambiente saudável e não ameaçamos a democracia, votando em quem propaga mentiras nas redes sociais.

*Matéria publicada no jornal A Voz da Favela edição de novembro de 2018

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Bruno Dias
Ator desde os 7 anos de idade, sou apaixonado por comunicação e tudo que envolve a expressão do pensamento. Vejo a arte, o diálogo e a criatividade, o caminho para a construção de um mundo mais igualitário, plural e justo. No mundo real, neste em que os títulos nos definem, sou dublador há 11 anos, jornalista formado pela Mackenzie e pós-graduando em Mídia, Informação e Cultura na USP. Almejo cada vez mais combater a parcialidade da mídia tradicional, unindo arte, conhecimento e informação na prática jornalistica. Todos os campos do jornalismo me atraem. Quero dialogar para mudar o mundo.