“Nossos Mortos Têm Voz” estreia na Baixada Fluminense

Crédito: Divulgação.

O documentário, que tem como foco principal o depoimento de mães e familiares de vítimas da violência de Estado na Baixada Fluminense, tem estreia oficial na região da Baixada, no próximo dia 24, a partir das 18h30, no Teatro SESC, localizado na Rua Dom Adriano Hipólito, 10, Moquetá, Nova Iguaçu.

Após a exibição do filme haverá debate com a presença dos diretores do filme, representantes do Fórum Grita Baixada, do Centro de Direitos Humanos de Nova Iguaçu e da Rede de Mães e Familiares de Vítimas da Violência de Estado na Baixada Fluminense, protagonistas do filme.

“Nossos Mortos Têm Voz” busca resgatar a memória das vidas interrompidas, trazendo uma visão crítica sobre a atuação do Estado através das polícias na Baixada Fluminense, sobretudo no que diz respeito à violência contra jovens negros.

Os diretores Fernando Sousa e Gabriel Barbosa explicam que o documentário busca traduzir para a linguagem cinematográfica o grito das mães e familiares vítimas da violência de Estado na Baixada Fluminense, que lutam pela memória e justiça dos seus filhos e familiares:

“Queremos provocar inquietação nos agentes do Estado e nas suas instituições, mas sobretudo, desejamos que o filme potencialize todo o trabalho e militância das mães e familiares massacrados pelo Estado. ‘Nossos Mortos têm Voz’ é um grito que expressa a dor das mães ao mesmo tempo em que as colocam como protagonistas na luta pelo direito à vida nas favelas e periferias do Brasil”, contam.

Para o coordenador do Fórum Grita Baixada, Adriano de Araújo, desde a pré-estreia, ocorrida no Cine Odeon, em março, observa-se que o filme tem provocado uma série de reflexões muito fortes sobre a trajetória de luta dessas mães, ao mesmo tempo que evidencia como o Estado continua matando, seja pelos assassinatos em si, mas também pela não responsabilização e reparação desses crimes bárbaros.

O coordenador do Centro de Direitos Humanos de Nova Iguaçu, Padre Marcio Rodrigues, explica que o lançamento do filme vai representar a maior visibilidade da Rede de Mães e Familiares de Vítimas de Violência na Baixada: “Esperamos que o filme fortaleça a caminhada da Rede, dessa trajetória de mulheres que com muito esforço buscam somar forças para uma Baixada Fluminense sem violência,” diz.

Sinopse

A narrativa do documentário é construída a partir do depoimento e do protagonismo das mães e familiares vítimas da violência de Estado da Baixada Fluminense. Tendo como ponto de partida esses casos, mas não se limitando à crueza da violência praticada, o documentário trabalha com as histórias atravessadas por essas perdas. Pretende-se resgatar a memória dessas vidas interrompidas, trazendo uma visão crítica sobre a atuação do Estado através das polícias na Baixada Fluminense, sobretudo no que diz respeito à violência contra jovens negros.