Não basta nos matarem, querem matar nossa identidade tambem!

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Vi num telejornal que o número de pessoas mortas em 2018 por forças do estado cresceu em quase 20%. Adivinhem de onde eram a maioria dessas vítimas? Lógico que das periferias e das favelas. A política de extermínio ao povo preto nunca foi tão escancarada. Nesses tempos que a ignorância e discurso de ódio estão na moda,  o que temos visto é uma  crescente campanha da normatização do genocídio do povo preto. E esse extermínio vai dos assassinatos que testemunhamos diariamente. É uma estratégia perversa e velada. Lutamos por nossas vidas desde o útero das nossas mães. O tratamento dispensado as mulheres negras e de periferia é diferenciado ao atendimento de uma mulher branca.

Quando a criança preta atinge idade escolar, seu ingresso para o ensino está cada vez mais difícil. A cada ano as condições de trabalho nas escolas públicas tem se deteriorado.  Principalmente em escolas em torno de comunidades. Não tem um dia que alguma escola municipal não tem suas atividades interrompidas por operações policiais. Isso quando uma criança não morre dentro da escola ou indo estudar.

Quando um jovem negro atinge a adolescência, a dificuldade dele entrar no mercado de trabalho formal, o empurra para informalidade e muitas vezes é obrigado a abandonar os estudos e ajudar a renda familiar. Sempre achei que esses fatores são na verdade uma tática para a perpetuação do sistema.escravocrata.

E agora como se não bastasse mais nada para nos exterminar, o fanatismo religioso cristão tem se encarregado de tentar apagar nossa identidade religiosa e cultural. Se antes esses limitavam de nos atacar em cultos nas suas igrejas, existem pastores pentecostais que se aliam a traficantes e milicianos em algumas comunidades para perseguir e ameaçar praticantes de religiões de matrizes africanas

A pergunta a ser feita é; até quando a chamada sociedade civil e opinião pública vão perpetuar os crimes com sua indiferença e inércia?