Mulheres ocupam ruas de Salvador em defesa da democracia e da igualdade de gênero

Cerca de setenta entidades de mulheres, coletivos feministas, partidos políticos e centrais sindicais ocuparam as ruas do centro da capital baiana para marcar o Dia Internacional da Mulher.

Esse ano a Marcha 8M trouxe para as ruas as pautas da defesa da democracia, do respeito à diversidade e aos territórios e identidades no campo e na cidade.

Presentes no ato parlamentares, secretárias estaduais de politica para mulheres e da promoção da igualdade racial, mulheres do movimento dos trabalhadores rurais MST, sindicatos, Movimento dos trabalhadores rurais sem terra MST, conselhos regionais de Psicologia e de Serviços Social, coletivos feministas e o comitê em defesa da Palestina.

Crédito: Claudia Correria

Destaque para a presença de mulheres capoeiristas, trans, estudantes , indígenas e defensoras públicas que apresentaram suas bandeiras de luta em faixas, standards e manifestos.

Os assassinatos da Pajé Nega Pataxó-hã-hã-hãe, da Mãe Bernadete do Quilombo Pitanga de Palmares e da vereadora Marielle Franco foram lembrados, com denúncias contra o feminicídio, à violência de gênero, o racismo e a violência contra as mulheres.

Letícia Ferreira, advogada feminista, coordenadora da organização não governamental Tamojuntas, destacou a importância da unidade do movimento feminista e reverenciou as mulheres que sofrem todas as formas de violência. “Estamos nas ruas pelas mulheres que não podem estar aqui , nos cárceres, nas periferias, no campo,lutando para sobreviver , com seus direitos desrespeitados”, afirmou.

Crédito: Claudia Correria

Sindicatos rurais e urbanos denunciaram o assédio moral e sexual no ambiente de trabalho, como a Comissão de mulheres do Sindicato dos Jornalistas da Bahia-SINJORBA, representado pela diretora Fernanda Gama, Sindsaude, Sindicato de Comerciários e outros.

As parlamentares como a deputada federal Alice Portugal (PCdoB-Ba) denunciaram a violência política contra as mulheres e a falta de representatividade feminina nos espaços de poder e nas Casas legislativas.

Durante a marcha, do Campo Grande a Praça Castro Alves, foram exigidas medidas de prevenção e de combate ao feminicídio, cujos índices se mantém altos na Bahia.

Crédito: Claudia Correria

A defensora pública Livia Almeida do Núcleo de defesa dos direitos da mulher esteve presente com a equipe técnica do Nudem-DPE e destacou a programação do órgão, dia 22, as 14h , na Sala Walter da Silveira, nos Barris, com o Cine debate, aberto ao público e gratuito.

O racismo, a exploração no trabalho e a violência contra as mulheres negras foram destacados pelas entidades e partidos políticos que exigiram políticas públicas com controle social e recursos para programas que ofereçam medidas de reparação e apuração de crimes que ficam impunes.