Movimento de Luta dos Bairros e Favelas oferece oficinas gratuitas de costura

Na sede do movimento, alunos aprendem a confeccionar bolsas. FOTO: Nathália Baron/ANF
Na sede do movimento, alunos aprendem a confeccionar bolsas. FOTO: Nathália Baron/ANF

O Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) do estado de São Paulo inaugurou em maio oficinas de costura para a população pobre e periférica. As aulas ocorrem em Diadema, Região Metropolitana de São Paulo, na sede do movimento, além de Osasco e no bairro da Luz, centro da capital paulista.

A iniciativa surgiu a partir do contato com o projeto de pesquisa Vulnerabilidade e Resposta Social à Pandemia de Covid-19 em Territórios Metropolitanos de São Paulo e da Baixada Santista, SP, Brasil. Ela foi realizada pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), sob coordenação de Claudia Fegadolli, docente da instituição.

O objetivo da pesquisa era mapear os impactos da pandemia nos bairros mais pobres de duas regiões metropolitanas paulistas. Diante do cenário de desamparo, as oficinas surgiram como ações sociais de apoio aos atingidos pelo desemprego, intensificado a partir de 2020.

Além das aulas de costura que ocorrem semanalmente, uma vez por mês as turmas se reúnem na sede para aulas sobre políticas públicas e direito à moradia, principal luta do MLB.

“O intuito do movimento é trazer as pessoas para conhecer e lutar por seus direitos, então pensamos no que mais poderíamos fazer por uma mudança social”, pontua Cris de Almeida, uma das coordenadoras do MLB no Estado de São Paulo e integrante do movimento há 12 anos.

Impacto na saúde mental e financeira

As aulas são uma oportunidade para geração de renda, principalmente para as mães solo, a maioria da turma, que estão desempregadas e não podem trabalhar fora por não terem com quem deixar seus filhos.

A coordenadora explica que “não é meramente aprender a costurar, é muito mais amplo. O sentido do projeto é que mais pessoas possam gerar sua própria renda enquanto lutam pelos seus direitos, através da oficina.”

Para os alunos, os encontros também são terapêuticos. Enquanto manuseiam as máquinas, ajudam uns aos outros na construção de suas peças e compartilham experiências de vida.

“A melhor parte é a troca entre as companheiras; aprendemos com as professoras, mas também com as experiências que cada uma traz de casa. O coletivismo está em todas as nossas atividades”, afirma Humberto Almeida da Silva, 20 anos, integrante do MLB desde os 13 anos.

Apoio e inscrições

O projeto conta com alguns parceiros. As máquinas de costura que estão na sede foram emprestadas por parentes e amigos dos coordenadores e por moradoras da região. As demais turmas utilizam o maquinário e espaço cedidos pelos parceiros Teatro de Contêiner Mungunzá, na Luz, e Associação Frente das Mulheres, em Osasco.

As aulas estão previstas até novembro e todas as turmas tem vagas abertas. Para se inscrever, você pode entrar em contato pelo Instagram ou ir até um dos locais nos dias de aula:

DIADEMA: Av. Nossa Senhora dos Navegantes, 990, Eldorado, sábados a partir das 13h.
LUZ: Rua dos Gusmões, 43 – sábados a partir das 9h.
OSASCO: Rua General Camargo, 37, Bonança – sextas a partir das 18h.

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