Morre Luiz Augusto Gollo, da ANF, jornalista que enxergava longe

Sou Simone Lauar e esta é uma homenagem ao meu mestre, que nos deixou nesta sexta-feira, 3.

Tantas conversas, trocas e aprendizados. Lives onde falávamos tudo com a caixa do peito e com a língua em chicotes.

Você sempre bem à vontade, um verdadeiro mestre nas palavras. Eu e Anna, ouvindo atentas, como duas crianças escutando as melhores histórias.

E eram! Eram as melhores histórias, bem contadas e interpretadas.

Você sempre se emocionava com os textos que escrevia aqui. Textos em que você dizia que dava para ouvir o meu coração pulsando com força.

Então, estou aqui com ele sangrando hoje. Como no dia em que você pediu para escrever sobre a minha dor de perder minha avó para a Covid-19 e depois o meu tio Carlos.

Como você me elogiou…. E consolou também.

Ah, meu amigo, o que será de mim sem nossas fofocas maldosas falando desses equívocos na qual nosso país enfrenta?

Do deboche seguido de longas risadas?

Das suas histórias de jornalista na qual eu pedia para você me contar?

Mesmo do outro lado do caminho, será que você vai ver a minha subida para ser uma grande colunista?

Aqui continuaremos e eu me sinto muito grata de ter aprendido com o melhor e mais carinhoso professor.

Obrigada grande Gollo!

E fique tranquilo, eu não vou parar. Na nossa última conversa, eu prometi e vou cumprir.

Gratidão, mestre!

 

Nota da direção da Agência de Notícias das Favelas

Em nome da Agência de Notícias das Favelas comunicamos com muita tristeza o falecimento de Luiz Augusto Gollo. Foi nosso colaborador e editor por um bom tempo e ensinou muito a todos nós. Sua contribuição para o jornalismo e para democracia marcaram sua passagem entre nós. Vamos sentir muita saudade de conversas e dos momentos felizes que estivemos juntos.
Que Deus conforte sua esposa Ana, filhos e todos seus familiares.

Andre Fernandes