Moradores têm suas perguntas respondidas pelos candidatos à prefeitura do Rio de Janeiro

Quais serão as ações dos senhores em relação ao transporte público, especialmente para as Kombis? Aqui usamos muito o transporte alternativo. Também seria interessante se houvesse uma integração das vans com o Metrô, os senhores têm algum projeto nesse sentido?
Marcus Vinicius – Cidade Alta

Eduardo Paes (Coligação Somos um Rio) – Um dos principais desafios quando assumi a prefeitura era o transporte. Conseguimos grandes avanços, tirando do papel projetos que há anos são só promessa para o cariocas. Uma das principais realizações neste sentido foi a implantação do Bilhete Único Carioca, que garante ao trabalhador fazer até três viagens (duas de ônibus e uma de ligeirão BRT) pelo preço de apenas uma. Nossa meta é integrar todos os meios de transporte – metrô, barcas, trens e também o transporte complementar, o que inclui as vans e kombis, que está sendo reformulado. Todas as vans regulares serão integradas ao Bilhete Único, como já está acontecendo de forma piloto em Guaratiba. Vai ser possível fazer duas viagens pagando apenas uma passagem. Ou ainda, três viagens, se a pessoa usar o sistema BRT, por exemplo. Nosso projeto é integrar o metrô no Bilhete Único. Hoje, já funciona com os trens e, até 2016, faremos a integração com as estações de metrô.

O próprio projeto dos ligeirões já está trazendo benefícios enormes para os cariocas com a Transoeste, o primeiro dos corredores expressos, que está reduzindo em metade o tempo de viagem de Santa Cruz à Barra. Estamos construindo mais três corredores, que beneficiarão a Zona Oeste e a Zona Norte, principalmente. Os ligeirões vão integrar toda a cidade e promover uma revolução na área de transporte. Os BRTs Transoeste,Transcarioca, Transolímpica e Transbrasil, somados à Linha 4 do Metrô, parceria com o Governo do Estado, e ao VLT do Centro, vão permitir que, em 2015, 63% dos cariocas tenham acesso a ir e vir todo dia em meios de transporte de alta capacidade, com conforto, rapidez e segurança.

Marcelo Freixo (PSOL) – Se você der uma olhada no nosso programa, Marcus Vinícius, vai ter uma ideia do que estamos planejando. Enviamos o link abaixo, para você analisar. No Rio de Janeiro, o transporte alternativo funciona, muitas vezes, como a única alternativa de mobilidade. Por isso, a gente entende que este setor precisa ser regulado, e ajustado à nossa malha de transporte. Ninguém tem mais legitimidade para atuar com independência nessa área do que nós, porque rejeitamos os interesses suspeitos da Fetranspor, dos quais o atual prefeito é refém. Nós elaboramos uma gestão na área de transportes para servir ao cidadão, e não para enriquecer os donos de empresas de transporte, como faz o atual prefeito. O Rio de Janeiro privilegia excessivamente o modelo rodoviário, e a gente quer agir pela construção de alternativas de transporte de massas, mais adequadas ao conceito de transporte sobre trilhos.

Rodrigo Maia (Coligação Um Rio melhor para os cariocas) – No nosso governo, o transporte alternativo será respeitado. Vamos integrar as vans a bilhetagem eletrônica (RioCard) e ao bilhete único. As vans serão também integradas a todo sistema de transporte, inclusive ao metrô. Vamos garantir o cumprimento integral da Lei 3360 que regulamenta o transporte alternativo na Cidade. É fundamental regulamentar os pontos de embarque e desembarque de passageiros e definir de maneira clara seus itinerários. As vans poderão também utilizar as faixas do sistema BRS. Em relação aos ônibus, vamos reduzir o preço da passagem para R$ 2,50. Os ônibus com ou sem ar condicionado custarão o mesmo preço. Vamos também investir na ampliação do metrô, começando pela ligação entre o Méier e a Tijuca e nos trens. O tempo de validade do Bilhete Único também será estendido de duas para três horas.

Aspásia Camargo (PV) – Marcus, o problema de mobilidade desta cidade é a falta de planejamento e a inversão de valores em relação à hierarquia de transporte público. É preciso dar prioridade ao transporte de massa, inclusive com chamados veículos leves sobre trilhos (VLT), à complementação com uma rede de ônibus ou de BRT e finalmente as vans e as kombis têm que completar esses circuitos para atender melhor a população. Inclusive as ciclovias que têm que ser também complementares às vans. O transporte deixa de ser alternativo e passa a fazer parte do sistema de transporte público de forma integrada.

Cyro Garcia (PSTU) – É uma grande contradição que o principal transporte público em uma cidade das dimensões do Rio de Janeiro seja o ônibus. É preciso mudar a matriz rodoviária para o transporte sobre trilhos na cidade, com trens, metrôs e bondes. As passagens também não pode ser tão caras, e por isso o PSTU defende a estatização do transporte público, seguida de uma política de subsídio da prefeitura às passagens, o que permitiria reduzi-las a um real. Para o transporte alternativo, é preciso realizar licitações para criar um consórcio municipalizado, privilegiando os moradores da região e abolindo a participação de empresários e milicianos. Os moradores de cada comunidade devem ser os contemplados com estes postos de trabalho.

Fernando Siqueira (PPL) – A urbanização das favelas, tornando-as bairros populares, é uma reivindicação antiga dos moradores e deve ser o caminho para a melhoria do transporte e serviços públicos nestas áreas. O modelo de transporte que defendemos valoriza a solução sobre trilhos (metrô e trens), com ônibus, vans e o Mag-lev Cobra (projeto da COPPE) integrados num modelo do tipo “espinha de peixe”. Com esta alternativa é fácil inserir soluções locais, como a proposta pelo Marcos, à rede de transporte, que privilegiará a solução coletiva sobre a individual.