Moradores da Rocinha passam sufoco

A favela da Rocinha, um mundo dentro do Rio - Foto da internet

Os moradores da favela da Rocinha, que fica na Zona Sul do Rio de Janeiro, estão enfrentando diversos problemas e violações de direitos, como noticiamos mais cedo: http://www.anf.org.br/pm-fecha-principal-via-da-rocinha-com-viatura-e-moradores-fazem-fila-para-serem-revistados/  Além dos tiroteios que aconteceram ontem (28) e no último domingo (27) diversas localidades estão sem luz e sem água. Em uma semana em que meteorologistas preveem a semana mais quente do ano, com termômetros passando dos 40°, é possível compreender o tamanho do desespero de quem mora na Rocinha e não tem o básico para enfrentar, pelo menos, o calor.

Janeiro tem sido marcado pela falta de água e, principalmente, de luz na Rocinha. Moradores têm passado o mês de férias escolares sem ter como abastecer a geladeira ou dormir tranquilamente, e nenhuma autoridade resolve o problema. Devido ao aumento no consumo, provocado pelo calor intenso, é comum que nesse período haja queda de energia porém, na Rocinha, isso ocorre desde o primeiro dia do ano de forma constante e quase contínua.

Uma moradora, que preferiu não se identificar, conta que não sabe mais o que fazer pois praticamente passou o mês de janeiro no escuro. “Não posso comprar frutas nem congelar carne pois estou com a geladeira desligada com medo de que ela queime com tantas quedas de luz. Teve um dia que voltou a energia e faltou a água. Cheguei a ficar sem os dois, não tinha nem luz nem água, bate um desespero”.

A moradora conta ainda que para completar não pode sair de casa devido aos tiroteios que têm acontecido. “Ficamos presos em casa. Já está difícil de suportar esse calor todo sem água e luz e nem ao menos ir a praia ou a rua podemos. É absurdo e um descaso sem tamanho, parece até que nossa vida vale menos que a dos outros”.

Além de tudo isso, quem mora na Rocinha também tem seu direito de ir e vir violado. Na operação do Batalhão de Operações Especiais (Bope) que aconteceu na última terça-feira (28), os policiais bloquearam uma das principais vias da favela para revistar moradores. Os passantes tiveram de formar fila para passar pela revista e foram impedidos de seguir para suas casas. Houve ainda denúncias de invasão indevida de residências. Um morador, que também preferiu não divulgar seu nome por segurança, contou que quando chegou do trabalho encontrou sua casa arrombada, toda revirada e sua televisão quebrada.

Ao tentar denunciar o ocorrido, o morador foi surpreendido com a informação de que precisava comprovar que todos os objetos danificados o pertenciam. Ele desistiu de fazer a denúncia, depois que foi informado de toda a burocracia que era necessária para tal. A invasão de domicílios é recorrente nas favelas do Rio de Janeiro, sempre sem mandato, os policiais revistam a casa de moradores com truculência e sem nenhum respeito aos moradores e seus direitos.

O delegado titular da 11ª DP (Rocinha), Carlos Abreu, afirmou ao RJ1 que todos os casos de abuso policial devem ser registrados e que não há exigência de nota fiscal para casos como o do morador que teve seus objetos danificados e sua casa invadida.

 

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