Moradora que teve casa fuzilada faz vaquinha no RJ

Uma jornalista abriu vaquinha virtual para tentar garantir uma nova casa para as três moradoras que tiveram sua residência invadida no Complexo da Serrinha, no início do mês. Na invasão, criança de três anos, sua mãe e avó foram feitas reféns por mais de dez horas. Houve tiroteio, e cerca de 350 tiros destruíram a casa.

A invasão aconteceu no dia 6 de maio, por volta de 19h30, no morro São José da Pedreira, pertencente ao Complexo da Serrinha. A família mora há mais de trinta anos na casa. Minutos antes da invasão, mãe, filha e neta estão assistindo novela, prontas para jantar, quando entram dois homens armados, um deles com três tiros na perna.

“Eles entraram na nossa casa por engano. Como ficamos dez horas juntos, deu para entender o que aconteceu. Eles estavam em fuga de um roubo, indo para Madureira”, conta a moradora.

Assaltantes em fuga invadem residência

Após realizarem um roubo, cinco homens estão em fuga e, no caminho, o GPS indica a entrada na rua atrás da casa invadida. Três assaltantes são presos, mas dois escapam e entram na residência.

“Eles fugiram da polícia por cima dos telhados e foram parar na minha casa. Desceram no terraço, mas, quando chegaram ao portão, encontraram os meninos do Terceiro Comando. Trocaram tiros, recuaram e foram para os fundos”, relata a moradora.

Nesse recuo, idosa de 76 anos vira refém. Sua filha e neta também são detidas no quarto dos fundos. O tiroteio continua. “A gente está falando de uma distância de trinta metros”, relata a moradora. Além dos tiros, são acionadas três granadas, bomba e parte da casa incendeia.

Dez horas depois, a rendição

Por volta de 3 horas da madrugada, quando os dois invasores percebem que não conseguiriam sair, começam a fazer lives, vídeos e postar em redes sociais. “Mandaram a gente começar a gritar dizendo que tinha morador”.

Havia quarenta homens do Terceiro Comando do lado de fora, até que “a polícia chegou e saiu eu, minha mãe e minha filha. Depois, os dois homens”.

Segundo a contagem de cápsulas realizadas pela moradora, foram mais de trezentos e cinquenta tiros na casa, “totalmente alvejada, destruída”. Esse foi o resultado de dez horas de terror.

A família foi encaminhada a um hotel, tentaram dormir, impossível. “Agora a gente não tem onde morar. A gente tem que se reerguer, se refazer, e é isso”.

Vaquinha virtual

Quem quiser ajudar a família a ter outra casa, a vaquinha está disponível neste link.

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