Ministério conta 667 mortes e Secretarias 688 em horários diferentes

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As 114 mortes registradas nesta terça-feira, 7, referentes às últimas 24 horas marcam novo recorde, totalizando 667 óbitos até o momento. O total de casos, no mesmo período, subiu de 12.056 para 13.717. Os números são do balanço diário do Ministério da Saúde.

As Secretarias de Saúde dos estados apresentaram, no entanto, números diferentes na apuração do começo da noite hoje: 14.049 casos e 688 mortes, diferença que se deve a horas entre o fechamento dos balanços. O do ministério é do final da tarde e o das Secretarias é de 21h40.

Equipes de atenção básica em várias cidades e estados afirmam que a subnotificação ao Ministério da Saúde de casos suspeitos tem sido muito grande. Sem uma portaria específica do ministério, os médicos têm se guiado por notas técnicas locais com orientações distintas.

Enquanto os números disparam, desde ontem o site do Centro de Estudos Estratégicos do Exército, CEEEx, está fora do ar. Subordinado ao Exército, ele publicou na última quinta-feira, 2, estudo indicando o isolamento horizontal como forma de combater o coronavírus.

Intitulado “Crise Covid-19 – estratégias de transição para normalidade”, o estudo afirmava que “há um consenso mundial, entre os especialistas em saúde, de que o isolamento social seja a melhor forma de prevenção do contágio, especialmente o horizontal, para toda a população”.

O Exército não comenta nada além de que a página está em manutenção, mas por meio do site WayBack Machine, que grava versões antigas de páginas da internet, ainda é possível ver o estudo publicado. Especula-se que a retirada do estudo seja uma satisfação ao presidente da república, em atendimento às suas ideias sobre o combate ao Covid19.

Longe das divergências mas dentro das estatísticas diárias da Saúde, o estado de São Paulo registrou 67 mortes nas últimas 24 horas e já soma 371 e 5.682 casos. Na sequência, aparece Rio de Janeiro, com 89 mortes e 1.688 casos.

Segundo o boletim do Ministério da Saúde divulgado no sábado, 4, a transmissão no país está em fase inicial, mas a alta incidência de casos em quatro estados (São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará e Amazonas) e no Distrito Federal já indica uma transição para fase de aceleração descontrolada nesses locais.

O boletim desta terça do Ministério da Saúde reforçou a “necessidade de isolamento social” para o preparo da rede de saúde pública. “Qualquer medida de relaxamento não será possível sem o preparo da rede de atenção à população”, diz o texto. A orientação vai contra o que tem pregado Bolsonaro, que defendeu isolamento apenas dos mais velhos.