MÍDIA E A BARBÁRIE: REAÇÕES À POLÍTICA DAS UPPs OU UMA QUESTÃO DE GUERRA?

* Aderlan Crespo

Violência e Rio de Janeiro:  Assisto as ocorrências e percebo que realmente Newton foi preciso: a toda ação uma reação. Pura física! Desde que o governo adotou a política de intervenção junto ao comérico de drogas nas favelas, independente de todas as possíveis críticas, revelando que a implementação das ações seriam continuadas,  já era de se imaginar que as reações viriam. Todavia, apesar do que se noticia, não trata-se, unicamente, da reação pura e simples de pessoas descontentes, mas, possivelmente, de toda uma rede invisível que está efetivamente perdendo muito dinheiro com o cenário que está sendo instaurado pelo governo do Estado. Realmente estes eventos são relevantes, mas    demonstram   que desejam alarmar, causar pânico… O Estado deve agir, mas a imprensa não pode dar a ênfase que os autores dos eventos desejam. A mídia informa, mas, ao mesmo tempo, cria um espaço  que alimenta  o problema  e insiste que trata-se de uma guerra…perdida. Contudo, a Secretaria de Segurança demonstra, atualmente, grande lucidez, cujo representante, Beltrame, afirma que não é possível resolver o problema de imediato, e somente com a polícia. Nesta data, em entrevista no jornal do meio-dia da Globo, a jornalista insistia sobre a reação imediata às ações criminosas, não dando a devida importância aos argumentos do secretário. Visível o interesse em enfatizar o drama, a barbárie e o caos. É  possível  imaginar que alguns  setores  da  sociedade precisam da tragédia…lamentável.

*Advogado, professor universitário e membro do Conselho Diretor da ANF.