Mano Brown faz podcast ao vivo sobre resistência quilombola

Sessão Mano a Mano

A Agência de Notícias das Favelas (ANF) cobriu a sessão do podcast Mano a Mano, do rapper Mano Brown, no Spotify Podcast Festival, o primeiro festival de podcasts ao vivo no Brasil, que ocorreu no ultimo sábado, 4 de novembro, no Instituto Tomie Ohtake, na capital paulista. Os entrevistados discutiram direitos humanos e resistência quilombola.

O evento permitiu que os fãs pudessem assistir presencialmente sessões ao vivo de seus programas favoritos, com o ingresso custando 50 reais a inteira e 25 reais a meia.

Havia cerca de 500 pessoas no Teatro Megafone, a maioria jovens, lideranças religiosas e de movimentos raciais.

Mano Brown expressou nervosismo, era a primeira vez que faria o podcast ao vivo. Durante a sessão, soltava comentários engraçados para aliviar o clima. “É difícil fazer isso ao vivo, né?”, provou Semayat Oliveira, consultora jornalística do Mano a Mano, que na ocasião apresentava o podcast junto com o rapper. “Sim, muito. Estou nervoso“, respondeu Brown.

Convidados deram declarações contundentes

Mano Brown teve como convidados o ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania do Brasil, Silvio Luiz de Almeida, e a ativista quilombola e assistente social Selma dos Santos Dealdina, que ocupa o cargo de secretaria administrativa da CONAQ (Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos).

Junto dela estava o atual líder do quilombo Pitanga dos Palmares, filho da Mãe Bernadete, Jurandir Wellington Pacífico.

O primeiro bloco foi uma conversa com Selma e com Jurandir sobre a questão dos direitos dos quilombolas.

No inicio, houve uma homenagem a Flavio Pacifico, o Binho do Quilombo, ex-líder quilombola, assassinado em 19 de Setembro de 2017. Sua mãe, Bernadete, assassinada em 17 de Agosto de 2023, também foi homenageada.

Quilombola vive com escolta

Todas as entrevistas foram conversas fortes, com muita emoção, sobre as questões de proteção e garantia dos direitos quilombolas, além da questão racial no Brasil.

“Eu só consigo dormir em paz porque eu não tive filhos, principalmente por não ser mãe de menino”, disse Selma, ao responder pergunta sobre questão racial no Brasil.

“Eu disse isso uma vez, e direi novamente: primeiro mataram meu irmão, depois minha mãe, agora é minha vez“, disse Jurandir sobre o risco real de vida que ele e sua família enfrentam enquanto quilombolas. “Hoje ando com escolta, eu e minha família, só andamos com escolta. Não posso viver minha vida tranquilamente mais”, completou.

O segundo bloco, com o ministro Silvio Almeida, discutiu o papel do estado na assistência aos direitos das comunidades quilombolas.

Após a sessão, houve uma festa, que contou com convidados de outras sessões, diversos veículos de imprensa e de presenças especiais, tudo isso com muita comida, que em maioria era de origem nordestina, e bebida, além de brindes, com direito a apresentação da banda Deekapz e show da dupla de rappers Tasha e Tracie.

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