Lutar pelo arco-íris de forma constante: Dia Internacional de combate a LGBTfobia

Crédito: Divulgação

Neste domingo, dia 17 de Maio, o Brasil celebra o Dia Internacional de Combate a LGBTfobia. Assim, esta celebração foi criada no dia 17 de Maio de 2004, em homenagem ao dia 17 de Maio de 1990, quando a Organização Mundial de Saúde retirou a homossexualidade do quadro de doenças mentais e problemas relacionados a saúde.

Logo, esta data se tornou um marco na luta e nas conquistas da comunidade LGBT. Por isso, nesta data os militantes da comunidade LGBTI+ celebram as suas conquistas e convidam a sociedade para fazer parte desta celebração.

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Entre as conquistas estão tratamento de HIV/Aids pelo SUS; União estável de pessoas LGBTI+; Nome social para pessoas travestis e transgêneros; adoção de filhos e mais recentemente a possibilidade de poder doar sangue.

No entanto, apesar de todas estas conquistas o Brasil é um dos países com maiores índices de violência contra pessoas LGBTI+ no mundo. Isto, sem falar nos casos que não são notificados, onde as vítimas não denunciam por não entenderam que passaram ou passam por situações de LGBTfobia ou com medo de denunciar os seus agressores.

Além disso, existem os casos em que as vítimas não denunciam seus agressores, porque acreditam que não será feita justiça, ou porque são vítimas de preconceitos e discriminação por servidores públicos para quem estão prestando denúncia.

Possíveis causas para a LGBTFobia

Estes casos acontecem por um simples motivo: ignorância. Infelizmente nem todas as pessoas na sociedade conseguem ter acesso transparente ao conhecimento sobre afetividade, sexualidade e gênero de forma ampla. E estas situações acontecem por vários motivos, entre eles: discriminação e medo da rejeição dos próprios familiares e/ou amigos; ambientes privados como instituições religiosas e filantrópicas que possuem uma visão conservadora sobre a sexualidade humana.

Além disso, existem setores públicos na área de saúde que não possuem uma rede de atenção á saúde da população LGBTI+. E, infelizmente, este conhecimento não pode ser ensinado nas escolas da rede pública de ensino. Porque muitos setores da sociedade acreditam que o acesso a este conhecimento na rede de ensino público fere a liberdade individual do ser humano ou as questões morais da qual supostamente estão alicerçadas a sociedade brasileira.

Além domais, muitas das vezes as pessoas LGBTI+, só tem acesso ao conhecimento sobre a sua afetividade, sexualidade e gênero quando entram na universidade e, ou participam de grupos de estudos sobre o assunto.

Ou então, quando descobrem coletivos e movimentos sociais que trabalham com a sensibilização e enfrentamento das questões LGBTI+. E que, existem casos, em que os jovens precisam mentir aos seus familiares e/ou amigos que estão participando de algum grupo de formação sobre questões LGBTI+.

Consequências da falta de informação

A falta de acesso a estas informações, junto com a repressão, preconceito e discriminação, acabam comprometendo o amadurecimento sexual das pessoas LGBTI+. E, consequentemente, podem causar doenças mentais como depressão, transtornos de ansiedade, crises de pânico; podendo levar ao suicídio e em outros casos podem levar a episódios de violência com pessoas LGBTI+ sexualmente resolvidas.

Isto pode acontecer em virtude, das pessoas LGBTI+ que são mal resolvidas em sua sexualidade estarem cheias de sentimentos negativos como raiva, rancores, ódio; muitas das vezes adquiridos em mágoas, traumas, rejeições na área de sua sexualidade. E que por isso, acabam canalizando e descarregando esta raiva em pessoas LGBTI+ sexualmente resolvidas.

Ou então, porque pessoas heterossexuais receberam declarações amorosas de pessoas LGBTI+; ou, em casos mais graves, foram vítimas de abuso ou assédio sexual por pessoas LGBTI+. E por isso, tentam legitimar a sua defesa por meio da violência. No entanto, em todos os casos é necessário haver uma ação, seja por meio de ações legais com denúncias dos acontecimentos de violência ou por meio do serviços de saúde.

O que podemos fazer?

Em casos de violência de LGBTfobia a atitude mais adequada a ser feita é por meio de denúncias. Existem alguns estados e municípios que possuem serviços telefônicos específicos para denúncias de violências contra pessoas LGBTI+.

Em outros casos, existem delegacias especializadas. Em geral, o Brasil possuí o Disque Denúncia Direitos Humanos (Disque 100), para denunciar crimes de LGBTfobia.

Além disso, é muito importante trabalhar com a sensibilização da população LGBTI+ sobre os seus direitos, sua afetividade, sexualidade e gênero. Mas também é importante sensibilizar os seus familiares e amigos que são, na maioria das vezes, os principais vínculos afetivos e sociais construído pelos seres humanos.

Além disso, é muito importante sensibilizar toda a sociedade para que esta possa ter relações, diálogos, tratamentos e acolhimentos mais saudáveis, pacíficos e maduros com pessoas LGBTI+.

Neste caso, é muito importante que haja políticas públicas para formação de profissionais e servidores públicos que estão na linha de frente dos serviços para pessoas LGBTI+, como: professores e educadores, profissionais de saúde, da segurança pública e da segurança jurídica. Também é importante que possam ser disponibilizados na rede pública serviços de saúde, delegacias especializadas e ambientes jurídicos para acolher pessoas LGBTI+. Não porque as pessoas LGBTI+ são exclusivas, VIPs ou melhores que as outras; mas, para que possam existir ações mais efetivas no combate a LGBTfobia.

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Também, é muito importante contar com a ajuda de coletivos e movimentos sociais voltados para a comunidade LGBTI+. E que também possam estar fornecendo serviços de saúde, segurança, jurídicos e educacionais. Inclusive, até serviços de alimentação, capacitação profissional e moradias para pessoas LGBTI+ que foram expulsas de suas casas, tiveram que sair da escola e não conseguem ter acesso a capacitação.

Faça a sua parte!

Assim, por meio de várias frentes amplas, conseguiremos ter uma sociedade mais justa e sustentável e com equidade de direitos para todos. Faça a sua parte! Ajude e participe de movimentos em defesa da comunidade LGBTI+. Só assim conseguiremos fazer com que os raios do Arco-Íris da justiça e liberdade possam nascer para todos.