Lula se entrega à Polícia Federal

Crédito: Reprodução Globo News

Neste momento, Lula está em um comboio para o aeroporto de Congonhas e de lá segue para a prisão em Curitiba.

O ex-presidente tinha até às 18h30 para se entregar. Do contrário, seria responsabilizado pelo impedimento e decretada prisão preventiva.

A presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, tentou negociar com os manifestantes para que deixassem Lula se entregar pra evitar consequências jurídicas.

Todas as ruas em volta do sindicato foram bloqueadas.

“O povo é Lula! Não deixa sair, não!” Era o grito dos manifestantes, enfrente ao sindicato.

Ex-presidente teve que voltar à sede do sindicato após militantes terem bloqueado a passagem do carro em que iria se entregar.

Secretário de Segurança Pública de São Paulo, Magno Alves, pediu apoio militar para que a ordem de prisão fosse executada.

Jornalistas da grande imprensa foram expulsos do local sob agressões.

O maior líder político do Brasil, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, se entregou à Polícia Federal por volta das 13h, na tarde de hoje. A prisão foi determinada pelo juiz Sérgio Moro, que havia dado o prazo até às 17h de ontem para que Lula pude-se se entregar à PF.

“Eu vou atender ao mandado deles. Eu quero fazer a transferência de responsabilidade”.

“Quanto mais eles me atacam, mais cresce a minha relação com o povo brasileiro”.

“Eles querem me acusar de um crime. Um pobre na universidade, um negro na universidade, pobre viajar, pobre comprar carro, pobre andar de avião. Se esse foi o crime que cometi, eu quero continuar a ser um criminoso deste país”.

Foram algumas das falas acaloradas e entusiásticas do ex-presidente antes de se entregar.

“Eu sairei dessa maior, mais forte, mais verdadeiro e inocente, porque eu quero provar que eles é que cometeram um crime, um crime político de perseguir um homem que tem 50 anos de história política”, discursou nos momentos finais.

 

Às 9h de amanhã, foi realizada uma missa em homenagem à esposa falecida Dona Marisa Letícia, que faria aniversário hoje.

A derrota no Supremo Tribunal Federal (STF), na última quarta-feira (4), rejeitou o pedido de habeas corpus preventivo, por 6×5 – tendo como voto decisivo o da ministra e presidente do STF, Cármen Lúcia.

Os ministros Fux, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso, o ministro e relator do caso Edson Fachin e o ministro Alexandre de Mores votaram contra o HC.

Os ministros Marco Aurélio Mello, Ricardo Lewandowski, Dias Toffoli e Gilmar Mendes votaram a favor da medida preventiva.

Lula já havia sido condenado pelo juiz Sérgio Moro a cumprir 9 anos e 6 meses de prisão por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Em janeiro, sua pena foi aumentada para 12 anos e um mês pelo Tribunal Regional Federal da Quarta Região (TRF-4).

Os advogados de Lula defendiam a tese de que a Constituição só prevê a execução da pena após esgotados os recursos em todas as instâncias da Justiça. “A Constituição determina que, antes do trânsito em julgado, nenhum cidadão pode ser considerado culpado. Ninguém está acima da lei, mas ninguém pode ser subtraído à sua proteção”, defende o advogado do ex-presidente, José Roberto Batochio.

Em outubro de 2002, Lula foi o primeiro trabalhador eleito presidente do Brasil e reeleito em 2006. Dentre várias realizações, criou o ProUni, permitindo que mais de 240 mil estudantes em baixa situação econômica pudessem cursar uma faculdade; criou o Bolsa-Família, programa social de transferência de renda fortemente elogiado pelo ONU, FMI e Banco Mundial, entre outros, que o consideram como exemplo a ser seguido por outros países emergentes; 6 milhões de pessoas subiram para a classe média, melhorando suas condições de vida; criou o programa de microcrédito e de inclusão bancária, beneficiando vários milhões correntistas de baixo poder aquisitivo, que antes não tinham acesso à conta corrente; aumentou a produção industrial em 11% entre 2003/2005; fez o Brasil subir no ranking das maiores economias do mundo, da 15ª posição em 2002 para a 11ª posição em 2005, com o PIB subindo de US$ 459 bilhões, em 2002, para US$ 795 bilhões em 2005; criou mais de 4,5 milhões de empregos formais.