Jovem sofre assédio em agência da Caixa Econômica Federal e ninguém a oferece suporte

Amanda diz que ninguém da Caixa Econômica entrou em contato com ela - Foto Arquivo Pessoal

Amanda Monteiro da Costa Couto, 23 anos, moradora de Bonsucesso, zona norte do Rio de Janeiro, sofreu uma das tantas formas de assédio no interior da agência da Caixa Econômica Federal, na rua Cardoso de Morais 251 em Bonsucesso, na tarde de ontem, 2. Ela tinha ido resolver um problema com seu FGTS e foi atendida por Victor, do setor de contabilidade, que pediu o celular de Amanda para digitar a senha da agência.

“Ele demorou com o telefone em mãos e eu desconfiei. Quando eu peguei de volta a galeria estava aberta e eu percebi o que estava se passando. Eu fechei as abas e fui baixar o aplicativo, devolvi o telefone na mão dele no aplicativo e aguardei. Ele demorou novamente com o meu telefone e eu me levantei profundamente constrangida e questionei: ‘O senhor já acabou aí?’. Ele rapidamente saiu da galeria e foi ao menu num momento de nervosismo. Eu peguei o telefone da mão dele e conferi as abas abertas e novamente a galeria estava lá”, conta Amanda. A jovem conta ainda que mesmo nervosa manteve a integridade para que seu atendimento fosse completado e em seguida foi até um segurança da agência para ter acesso às câmeras de segurança e lhe disseram que “somente com Boletim de Ocorrência”.

Amanda recorreu por telefone à Delegacia da Mulher: “Expliquei a situação e a atendente foi, a princípio, solícita mas a ligação caiu e voltei a telefonar sete vezes e elas desligaram na minha cara, não quiseram concluir a denúncia e não me deram assistência no caso”.

“No banco agiram como se eu fosse ninguém, não tive nem a atenção da gerência. Mas a Delegacia da Mulher tratar desse jeito…Me senti extremamente mal porque foi a primeira vez que precisei dos serviços do 180 e trataram com total descaso, como se não fosse nada”, expressou. Amanda afirma ainda que ao ser tratada com grosseria não ficou quieta e deixou claro seu descontentamento com o atendimento. “Isso passou dos limites, eu falei com elas ‘vocês não me representam em nada, a forma que eu ajo na rua retrucando e brigando quando algum homem me assedia me representa muito mais e me defende muito mais do que vocês que estão aí defendendo esse legado’. Tá sendo horrível passar por isso, eu tô um ‘caco’ emocionalmente”, afirmou Amanda.

Entramos em contato com a assessoria de imprensa da Caixa que respondeu cerca de três horas depois em nota:

“A CAIXA informa que apura e atua em qualquer situação que descumpra os princípios e valores do banco, pautada pela ética e respeito a todos os seus clientes. Com relação aos fatos ocorridos na Agência Leopoldinense (RJ), nesta quarta-feira (2), o banco informa que irá instaurar processo administrativo para apuração dos fatos.

O atendimento nas unidades da CAIXA tem como principais diretrizes o zelo, a presteza e a cordialidade aos clientes, sendo realizado de forma justa e equitativa. O banco disponibiliza canal seguro e específico para os clientes que se sintam vítimas de qualquer ato desrespeitoso. As denúncias podem ser feitas por meio do site https://www.contatoseguro.com.br/caixa“.