IX Encontro Comunitário de Tuberculose do Estado do RJ

Complexo do Alemão. (Créditos: André Fernandes / ANF)
O Fórum de ONGs TB/RJ, em parceria com o Programa Estadual de Luta Contra a Tuberculose (PCT) – Secretaria Estadual de Saúde/RJ (SES/RJ), realizarão, entre outras atividades previstas, o IX Encontro Comunitário de Tuberculose do Estado do Rio de Janeiro.
O Encontro, aberto às Organizações Comunitárias, Gestores, Academia e Ativistas, será realizado no dia 06 de agosto (terça-feira), das 09h às 17h, nas dependências do Hotel Novo Mundo – Praia do Flamengo, 20, Flamengo – RJ.
Situação da tuberculose no Estado do Rio de Janeiro

No Estado do Rio de Janeiro, no ano de 2011, foram notificados, no SINAN, 14.756 casos, sendo 11.645 casos novos, com uma incidência de 72,3/100.000 habitantes (quase duas vezes a média nacional). É o estado brasileiro com a maior taxa de incidência de tuberculose no país, o que pode ser explicado, em grande parte, por concentrar a maioria da população, em áreas urbanas (mais de 96%, segundo o Censo de 2010) e com elevada densidade demográfica – 368 habitantes/km2 (no Brasil é de 22,4/km2).  A densidade demográfica, nos 13 municípios de maior carga de tuberculose, das regiões Metropolitana I e II, varia entre 400 a 13.125 habitantes/km2, sendo acima de 1.000 em 11 deles, o que é considerada uma concentração demográfica muito elevada, significando que a população vive em situação de grande aglomeração.

Aliado a isto, se considerarmos que nesses municípios há áreas extensas onde não reside ninguém, (como a Mata Atlântica e o Campo do Gericinó), a concentração de pessoas é ainda maior. Na capital do estado, se considerarmos a população que vive em comunidades empobrecidas, como a Rocinha, podemos observar incidência elevadíssima – 386/100.000 habitantes.

Além disso,  outros fatores têm contribuído para a incidência alta como a baixa cobertura da Atenção Básica de Saúde e a pouca organização da rede de saúde no estado, dificultando o acesso dos pacientes ao atendimento e a realização de exames, o que provoca demora no diagnóstico e, consequentemente, maior disseminação da doença.

As regiões com maior número de casos são a Metropolitana I, com 77,1% dos casos novos, e a Metropolitana II, com 8,8%.

A incidência dos casos na região Metropolitana I é compreensível, dado o processo de transmissão da doença, que acontece através das vias respiratórias. Em regiões com muita densidade demográfica como Rocinha, Complexo do Alemão e Maré, Jacarezinho e a periferia da capital,  as condições de vida da população são precárias, o que facilita a disseminação da doença.

Outro dado importante a ser destacado, é que o Estado do Rio de Janeiro é o que apresenta o maior registro de casos de tuberculose multidrogarresistente (TBMR) no Brasil, representando cerca de 1/4 dos casos, no ano de 2011. São 33 os municípios que apresentaram casos diagnosticados e registrados, no período de 2009 a 2012, sendo que 50,0% residentes no município do Rio de Janeiro, seguido de Duque de Caxias com 17,0%.

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