Intervenção militar legitima o genocídio da juventude negra

Crédito: Reprodução internet.

Passado um mês da vergonhosa intervenção militar das forças armadas no Rio de Janeiro, os resultados têm se mostrado desastrosos. Desastrosos? Na verdade há muito tempo não se via uma carnificina tão grande como a que tem acontecido nos últimos dias. Depois do brutal e covarde assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL), parece que um estopim liberando mortes violentas foi autorizado no estado do Rio de Janeiro e o genocídio contra a população negra está mais forte do que nunca.

Semana passada ocorreram várias tragédias na cidade que mostraram como essa ocupação militar é uma grande farsa. Mais uma do governo golpista de Michel Temer.

No dia 17 de março, em um tiroteio entre traficantes e policiais, quatro pessoas morreram. Entre elas, um bebê de um ano e meio. Como sempre, uma operação policial onde os agentes não têm o menor constrangimento em mostrar seu desprezo pela vida de pessoas que moram na favela. E mais uma vez o Estado mente ao dizer que as vítimas foram atingidas por bandidos.

O último fim de semana foi o mais sangrento dos últimos anos e, mais uma vez, as vítimas foram jovens negros de comunidades ou periferia.

Na madrugada de sexta pra sábado, numa operação do Batalhão de Choque totalmente equivocada e criminosa, policiais chegaram na saída de um baile funk na Rocinha e assassinaram oito pessoas. Todos baleados pelas costas. Entre as vítimas a história de um jovem me chamou a atenção. Matheus Silva tinha 19 anos e fazia parte de um projeto social na Rocinha que ensinava outros jovens a dançar valsa. Ele tinha um sonho. Ser oficial das forças armadas. Na noite que morreu, tinha dançado valsa numa festa de 15 anos, em São Gonçalo. Mas como diz a música, “mais um sonho interrompido a tiros de metralhadora”.

No dia seguinte, a tragédia atravessou a Baía de Guanabara e cinco adolescentes foram barbaramente assassinados num condomínio em Itaipuaçu, distrito de Maricá. Os jovens eram organizadores de rodas de rima e hip hop na localidade e voltavam de um evento de rap em Maricá. Foram surpreendidos por dois homens armados que os obrigaram a deitar no chão e os matou, um a um com tiros na cabeça.

Agora adivinhem a cor desses jovens? Alguém duvida que essa intervenção está legitimando ou incentivando essas chacinas?