Governo da Bahia promove ações de combate às doenças transmitidas pelo Aedes Aegypti

Minidoor Social instalado no KM 17, bairro de Salvador. FOTO: Paulo de Almeida Filho/ANF

O governo da Bahia tem investido em ações de combate ao mosquito Aedes Aegypti, principalmente por meio de campanhas de conscientização social. Foram instalados minidoors em bairros de Salvador, como Bairro da Paz, Mussurunga, KM 17 e São Cristóvão. E estão sendo distribuídos informativos, além de publicações nas redes sociais, sempre com a intenção de alcançar um maior número de pessoas.

Desde o mês de abril, com o aumento de casos de Zika, Dengue e Chicungunya, o Ministério da Saúde, em parceria com o governo da Bahia, envolvendo também outras esferas públicas, fortaleceram as ações de combate Aedes Aegypti.

População apoia campanhas, mas precisa participar

Lohan Sampaio Akin, 23 anos, morador da Federação, em Salvador, acha as campanhas de conscientização social são importantes para mobilizar seus vizinhos. Ele considera que “a visita de porta em porta, feita por agentes na saúde para fiscalizar casas, e ver de perto o cuidado em relação ao mosquito” é essencial no combate ao Aedes Aegypti.

Lohan Akin: agentes de saúde são fundamentais. FOTO: arquivo pessoal

Maria Santos (nome fictício), profissional de saúde que atuou por quase 10 anos, como Agente de Endemias de Zoonoses, destaca que um dos principais desafios enfrentados é a resistência de alguns moradores em permitir o acesso a suas casas para a verificação de focos da dengue.

Para Maria, as campanhas de mobilização social tem efeito, mas dependem também dos próprios moradores. “É como um trabalho de formiguinha. Se cada um fizer a sua parte, chegamos a cem por cento”.

Falta de cuidado causa doença

Maurício do Carmo, 43 anos, morador do Imbuí, é analista de planejamento e pegou Chikungunya em 2021, durante a pandemia da Covid-19.

Ele acredita que foi picado dentro de casa. Diz que não ficou atento aos cuidados com o mosquito, que também infectou sua mãe, que mora no mesmo local. Ambos tiveram dores no corpo e dor de cabeça como principais sintomas.

Depois do ocorrido, Maurício ficou mais cauteloso e preocupado com locais que sejam possíveis focos do mosquito.

Mesmo se prevenindo, Lucas Bahia foi infectado

Lucas Bahia, 22 anos, teve Chikungunya em 2021. Sentiu febre alta, dores intensas nas articulações, nas costas, na cabeça e manchas vermelhas. Ele sempre observa os pontos de água parada, e possíveis locais de proliferação e reprodução do mosquito, medidas de prevenção que costuma fazer em casa.

Lucas Bahia se preveniu, mas mesmo assim pegou Chikungunya. FOTO: Arquivo pessoal

“Vejo a preocupação da maior parte da população. A atuação dos agentes de zoonoses é muito importante, principalmente para conscientizar aqueles que ainda não adotaram a prática de prevenção. As campanhas de conscientização e alerta são fundamentais e acredito, sim, que gere efeitos positivos“, afirma Lucas.

Estatísticas têm crescido

Segundo o Ministério da Saúde, até o final do mês de abril, houve 899 mil casos e 333 óbitos por dengue no Brasil. Chikungunya e Zika cresceram 40% e 289%, respectivamente, em comparação a 2022, período em que o estado da Bahia também registrou aumento de doenças provocadas pelo mosquito Aedes Aegypti.

De acordo com o Ministério da Saúde, entre os meses de janeiro e junho houve 477 casos de Zika Vírus na Bahia, o que representa 150% a mais do que os registrados nesse mesmo período do ano passado.

Além disso, o crescimento dos prováveis casos de dengue, que passaram de 17.094 em 2022, para 18.247 neste ano, também expressam a necessidade de atenção da sociedade à propagação do mosquito transmissor.

Campanhas de conscientização da população

Devido à situação epidemiológica do país, o Ministério da saúde criou a campanha Brasil Unido Contra a Dengue, Zika e Chikungunya, que está sendo compartilhada nos mais variados meios de comunicação.

O objetivo é atuar junto aos órgãos responsáveis pela saúde nos mais variados territórios brasileiros para gerar mais informações para a população e reduzir o número de óbitos por doenças provocadas pelo Aedes Aegypti.

Além disso, foi disponibilizado um portal exclusivo para compartilhar mais informações sobre essas arboviroses. Nele é possível conhecer os meios de prevenção, sintomas apresentados pelas diferentes doenças e, inclusive, saber aonde ir para obter ajuda, caso seja preciso.

Aplicativo Caça Mosquito

Com o objetivo de ajudar a identificar zonas com possibilidades de formação de focos do Aedes Aegypti, foi criado o aplicativo Caça Mosquito. Por meio dele, é possível usar o celular para fotografar locais propícios para criadouros do mosquito e compartilhar com os órgãos competentes do seu município.

O aplicativo conta com o recurso de geolocalização e possibilita que as informações cheguem de maneira mais efetiva. Vale destacar ainda que as denúncias podem ser realizadas de maneira anônima.

Reservatórios de água fechados
No bairro de Ondina, atitude correta: reservatórios de água (azuis) fechados. FOTO: Emily Souza/ANF

Meios de prevenção

A propagação do Aedes Aegypti ocorre por meio de locais que sejam propícios para o seu desenvolvimento, como os que contêm água parada e não recebem tanta luz. A fêmea deposita os seus ovo, que podem durar até um ano em local seco, e eles proliferam mais mosquitos.

De acordo com a cartilha 10 minutos contra o Aedes , disponibilizada pela Fiocruz, o ciclo de vida do mosquito dura de 7 a 10 dias. Por isso, com ações simples, somente uma vez na semana, você pode contribuir para preservar a sua saúde a das pessoas que estão ao seu redor:

  • Evite jogar lixo em terrenos baldios;
  • Sempre mantenha caixas, tonéis e barris de água fechados;
  • Caso precise armazenar garrafas, mantenha-as de cabeça para baixo;
  • Encha pratos e vasos de água com areia;
  • Lave com frequência (ao menos uma vez por semana) os recipientes que são utilizados para guardar água.

Você pode conferir mais dicas para combater a Dengue, Zika e Chikungunya no portal do Governo da Bahia. 

Fique alerta aos sintomas

Apesar de a Dengue, Zika e Chikungunya serem transmitidas pelo mesmo mosquito, as sua manifestações no corpo são diferentes:

  • Dengue: geralmente ocorre febre alta, que varia entre 39º e 40ºC, além de fraqueza, dores nas articulações, atrás dos olhos e ao longo do corpo;
  • Chikungunya: febre alta, dor de cabeça e muscular, acompanhada de erupções na pele;
  • Zika: dor nos músculos, erupções na pele acompanhadas de coceira, febre baixa e olhos vermelhos.

Ao apresentar esses sintomas, é recomendado que a pessoa recorra ao serviço de saúde mais próximo. A ação preventiva e mobilização no bairro em que você reside é essencial no combate ao Aedes Aegypti.

Você pode conversar sobre o assunto com as pessoas ao seu redor e incentivar ações conscientes no combate à Dengue, Zika e Chikungunya.

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