No último sábado, dia (16/11), o Centro Cultural Plataforma, em Salvador, recebeu a 3ª edição do concurso Garota e Garoto Periférico, concurso que tem grande importância para os jovens das periferias de Salvador.
Já era fim de tarde, quando a sirene do teatro tocou informando a todos que as portas foram abertas e em poucos minutos “casa cheia”.
O evento começou com o grupo de teatro JP que encantou o público com toda sua arte e riqueza nas falas dos personagens, logo após o grupo de dança Black Quebradeira colocou todo mundo pra dançar, arrancando gritos e mostrando que estavam afiados no passinho.
O concurso realizado em plataforma mostra que existe espaço para todos e todas, sem exceções e com várias categorias como: Moda casual teen feminina, Moda casual teen masculino, Moda para infantil feminino, Moda Juvenil masculino, Adulto feminino, Adulto masculino, Plus size feminino e Plus size masculino.
A representatividade estava estampada na platéia e nos modelos, que nessa edição vieram com tudo; muito sorriso, muita coragem, e muita alegria. Era nítido a satisfação dos jovens de poder estarem participando de um evento como esse, onde eles têm uma oportunidade de externar seus pensamentos, suas ideias e afirmar sua identidade.
Jovens periféricos, jovens negros que lutam a cada dia por sobrevivência e por direitos que lhe são tirados a cada dia.
A JP, não é só uma marca, ela é uma grande família, a família que abraça todos independente de situação, e através desse projeto incrível os garotos e garotas da periferia podem acreditar que seus sonhos podem virar realidade.
A depressão também foi citada, numa apresentação fantástica que arrancou aplausos de todos que assistiram. Foi lindo ver crianças de todas as idades falando de forma séria sobre a doença do século, e sobre as dificuldades que um jovem negro passa no seu dia a dia.
A Agência de Notícias das Favelas teve o prazer de conversar com o criador da JP, o Jadison Palma que falou sobre a importância do evento e um pouco do que vem por aí:
“É um evento muito importante para esses jovens e para mim também, porque conseguimos revelar vários talentos que estão escondidos, ativando e reanimando a alto estima desses jovens que se acham feios, sofrem de depressão e outros fatores. E fico muito feliz pois eles estão empenhados não só no concurso, mas como na vida acadêmica também.”
As edições do Garoto e Garota periférica não acontece no mês de novembro por acaso, é de extrema importância esse período, porque comemoramos o mês da consciência negra. Palma fala pra gente sobre a escolha da data do evento e revela algumas surpresas para a próxima semana.
“A gente já tem um certo padrão, dentre as cores da faixa até o mês de novembro. E estaremos no Afro Fashion Day e estou muito feliz pois irei desfilar junto com mais três jovens do nosso projeto, inclusive o garoto que ganhou pelo bairro, é o Nicolas que também irá desfilar no dia 30, a partir das 16 h, na praça Pedro Arcanjo.”
